olhar para o futuro: 5 tendências que impactam os profissionais de finanças e contabilidade.

O setor financeiro e contabilístico está a atravessar uma transformação radical, impulsionada por tecnologias emergentes e mudanças nas expectativas dos stakeholders. Esta transformação vem alterar as funções tradicionais, e os profissionais do sector estão a ser chamados a adaptar-se a um cenário em constante evolução. O futuro da indústria financeira e da indústria da contabilidade depende da capacidade destes profissionais de se adaptarem às novas tendências.

Este é um momento emocionante para quem trabalha em finanças e contabilidade. As novas tecnologias abrem portas para oportunidades sem precedentes, permitindo aos profissionais assumirem um papel mais estratégico e impulsionar o sucesso das suas organizações. No entanto, para prosperar neste novo mundo, é crucial estar a par das tendências contabilísticas e tendências financeiras que estão a moldar o futuro da profissão. Aqui identificamos as principais e as que mais impacto têm nas funções de finanças e contabilidade.

1. a ascensão da inteligência artificial e da automação.

A inteligência artificial (IA) e a automação, especialmente a IA na contabilidade e a automação na contabilidade,  estão a revolucionar a forma como as tarefas financeiras são realizadas. A automação robótica de processos (RPA) está a otimizar tarefas repetitivas, como registo de dados, reconciliação e processamento de faturas, libertando os profissionais para se concentrarem em atividades mais estratégicas. A análise com tecnologia de IA está a fornecer insights mais profundos sobre os dados financeiros, permitindo uma melhor tomada de decisão e gestão de risco. A inteligência artificial na contabilidade e a tecnologia na contabilidade em geral permitem a automação de processos robóticos nas finanças, levando a uma contabilidade automatizada.Em 2023, a indústria financeira, incluindo a indústria de serviços financeiros, investiu cerca de 35 mil milhões de dólares em IA, com a banca a liderar o investimento, representando aproximadamente 21 mil milhões de dólares.

No entanto, como discutido num artigo da The Princeton Review, a adoção da IA e da automação também levanta preocupações éticas. A substituição de empregos e o potencial para enviesamento na tomada de decisão estão entre os desafios que devem ser abordados. De facto, estudos demonstraram que 74% dos profissionais de IA estão preocupados com o enviesamento nos sistemas de IA. As organizações devem considerar cuidadosamente as implicações destas tecnologias e implementar salvaguardas adequadas, da mesma forma que os profissionais não devem descurar o impacto destas alterações nas suas funções e competências.

2. a importância crescente dos relatórios ESG.

Os fatores Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) estão a tornar-se cada vez mais importantes para investidores, consumidores e reguladores. Uns impressionantes 89% dos investidores consideram fatores ESG na sua tomada de decisão, com os investimentos institucionais focados em ESG projetados para atingir 33,9 bilhões de dólares até 2026. Ao mesmo tempo, de acordo com a McKinsey, 90% das empresas do S&P500 agora publicam relatórios ESG, e aproximadamente 70% das empresas Russell 1000 também divulgam este tipo de relatórios.

Os profissionais de finanças devem adaptar-se para incorporar as métricas ESG nos relatórios financeiros e na gestão de risco. Esta tendência é impulsionada por mudanças regulatórias, como a taxonomia da UE e as regras de divulgação climática propostas pela SEC, bem como por uma procura crescente por práticas empresariais sustentáveis. Os relatórios ESG podem ajudar as organizações a melhorar a sua reputação, atrair investidores socialmente responsáveis e mitigar os riscos associados às alterações climáticas e outros fatores ambientais. No entanto, também exigem uma recolha, análise e divulgação significativas de dados, sendo esta sensibilização para o tema fundamental para os profissionais da área.

3. o futuro do trabalho: modelos remotos e híbridos.

A pandemia acelerou a adoção do trabalho remoto em vários setores, e as áreas de finanças e contabilidade não foram exceção. As ferramentas de contabilidade baseadas na nuvem e as plataformas de colaboração virtual tornaram possível para os profissionais trabalharem eficazmente de qualquer lugar. É provável que esta tendência continue, com os modelos de trabalho híbridos a tornarem-se a norma. De acordo com a Deloitte, 77% dos profissionais de finanças acreditam que as suas organizações devem continuar a trabalhar remotamente em algum grau, com quase 15% a defender o trabalho remoto a tempo inteiro. Ao mesmo tempo, um artigo da Thomson Reuters mostra que, na primeira metade de 2023, 41% dos profissionais de finanças e contabilidade estavam à procura de novos empregos, com 63% à procura de posições híbridas e 47% interessados em funções totalmente remotas.

Embora o trabalho remoto ofereça flexibilidade e economia de custos, também apresenta desafios como manter a coesão da equipa, garantir a segurança dos dados e resolver problemas de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. As organizações devem investir em tecnologia e políticas para apoiar regimes de trabalho remoto e híbrido, e os profissionais com funções de gestão de equipa devem compreender e adaptar as suas competências a estes novos modelos de trabalho.

4. abordar a escassez de talento.

O setor das finanças e da contabilidade enfrenta escassez de talento à medida que a procura por competências especializadas aumenta. Um estudo recente da Randstad revelou que, em todo o mundo, muitos mercados enfrentam uma força de trabalho em rápido envelhecimento. Os dados demográficos mostram o envelhecimento da população e uma redução na população em idade ativa, taxas de atividade mais baixas em alguns mercados e taxas de desemprego em mínimos históricos, o que significa que mais trabalho tem de ser feito por menos pessoas.

Para atrair e reter os melhores talentos, as organizações devem investir no desenvolvimento dos colaboradores, oferecer remuneração competitiva e criar uma cultura de trabalho positiva. Além disso, as organizações devem concentrar-se no desenvolvimento das competências adequadas à realidade das funções, garantindo a constante atualização da sua força de trabalho, como análise de dados, cibersegurança e transformação digital. As parcerias com instituições de ensino podem ajudar a colmatar a lacuna de competências e preparar os futuros e atuais profissionais para o mundo do trabalho.

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5. transformação digital: abraçar novas tecnologias.

A transformação digital está a remodelar o setor financeiro. Plataformas de contabilidade baseadas na nuvem, tecnologia blockchain e ferramentas avançadas de análise estão a capacitar os profissionais a otimizar processos, melhorar a eficiência e obter uma vantagem competitiva. Por exemplo, o Relatório da McKinsey sobre Finanças 2030 discute as medidas críticas para fornecer insights em tempo real, minimizar o erro humano e impulsionar a velocidade nos fluxos de trabalho e na tomada de decisão. O relatório destaca a importância de dados de alta qualidade, requalificação de profissionais de finanças e adoção de novas tecnologias como a IA generativa.

A tecnologia Blockchain tem o potencial de revolucionar o financiamento da cadeia de suprimentos, o financiamento do comércio e outras áreas, fornecendo transparência, segurança e eficiência. No entanto, também requer investimento e experiência significativos.

conclusão.

O panorama das finanças e contabilidade está a evoluir rapidamente, com a IA e a automação, os relatórios ESG, o trabalho remoto, a escassez de talentos e a transformação digital a serem as principais tendências que moldam o seu futuro. Os profissionais de finanças precisam de se adaptar, melhorando as suas competências em áreas como análise de dados e cibersegurança, abraçando as considerações éticas na IA e mantendo-se informados sobre as mudanças regulatórias. Ao adquirir estas competências e manter-se à frente da curva, os profissionais podem prosperar neste ambiente dinâmico.