Tenho recebido um “meme” que gostava de partilhar. Trata-se de um questionário com a seguinte pergunta: 

“Que tecnologia foi fundamental para que sua empresa iniciasse a Transformação Digital?”: 

a)    Cloud Computing; 

b)    Data Science; 

c)    Covid-19. 

Ao que parece, a maioria das pessoas responderia a alínea c). 

A humanidade evolui muito mais quando, de alguma forma, surge uma necessidade premente. Quero dizer com isto que, quando o homem decidiu domesticar os cavalos, fê-lo porque estes pareciam ágeis e certamente seria mais rápido de se transportar do ponto A ao ponto B. Rapidamente, o cavalo ficou obsoleto, com espaço limitado para transporte e criou-se a carroça. Com o tempo, a descoberta de novas fronteiras e a necessidade de fazer negócios entre vilas e aldeias, perceberam que a carroça era lenta e pouco confortável. Surgiu o carro. E assim o transporte revolucionou-se.

O tempo que perdemos no trânsito das grandes capitais, os custos dos transportes e das residências localizadas no centro, entre outras motivações, já eram sinais que alertavam para que talvez o trabalho remoto fosse uma boa opção. Algumas empresas, as mais tecnológicas, mais preocupadas com o bem-estar dos seus colaboradores ou mais preocupadas em cortar custos, já faziam isso. E sempre se levantaram temas sobre: "Como manter a equipa motivada”, “Organização no teletrabalho”, “Manter a identidade com a cultura e identidade da empresa”.

Porém, foi o Covid-19 que, por necessidade, obrigou as empresas a responderem mais rapidamente, a melhorar sua tecnologia e a criar ferramentas de apoio ao trabalho remoto. Do dia para a noite (ou dos dias para as noites em claro, e com muito trabalho), empresas de diferentes áreas e setores  tornaram-se quase 100% remotas. E agora? Como será o tal “novo normal”? Depois de tanto esforço para implementar o processo de transformação digital, voltaremos ao período anterior? 

Dentro de muitas área de negócio, a área de recrutamento para bem e para o mal, por mais que tente automatizar-se, por mais que robôs ajudem nos trabalhos mais burocráticos e rotineiros, é uma área que carecerá sempre do olhar humano para se tornar mais eficiente. "Mas e o olhar? É necessário que este seja presencial? Frente a frente?" Há quanto tempo mantemos os nossos relacionamentos com familiares e amigos por redes sociais e telemóvel? As nossas relações pessoais mudaram. Já estava na hora de mudarem, também, as nossas relações profissionais!

Dependerá muito de como iremos manter a comunicação com os nossos clientes e com nossos candidatos. O fluxo de contacto, a constância, a “proximidade remota”, levar-nos-á a manter esse toque mais humano com o apoio das novas tecnologias. Faremos mais em menos tempo. Poderemos chegar a mais candidatos, mais clientes e mais pessoas com o uso de tecnologia. 

Diversas empresas não poderão prescindir da presença física dos seus colaboradores pelos mais variados motivos.No entanto, se conseguirmos manter a “proximidade virtual”, se mantivermos o fluxo constante de comunicação, se utilizarmos a tecnologia já amplamente difundida para fazermos mais negócios, não é que teremos um “novo normal”, estamos, na verdade, a transpor a forma como muitas vezes nos relacionamos pessoalmente para o universo profissional. E veremos que esse “dia depois de amanhã” já é o dia de hoje. 

O que a sua empresa está a fazer para ampliar o contacto com os seus clientes? O que você, gestor, está a fazer para manter a comunicação eficaz com sua equipa? Isto é o vai determinar o seu sucesso pós-Covid. Deixo-lhe uma dica. Com essa nova geração, “memes” via conversas virtuais fazem bastante sucesso!

 

escrito por
Paulo Ayres
Paulo Ayres

Paulo Ayres

senior manager, engineering & industry information technology