Maio começou com as comemorações do dia do trabalhador e com o pedido de aumento do salário mínimo pelos sindicatos.

Sem olhar para os números apresentados é importante refletirmos sobre o efeito do salário mínimo.

Se por um lado o aumento do salário mínimo é algo de positivo, por outro esta subida não tem provocado os efeitos desejados.

Efetivamente, dados da Eurostat colocam Portugal em segundo lugar na aproximação do salário mínimo ao salário médio.

O que quer dizer que não temos tido uma subida efetiva dos salários em Portugal mas sim uma perigosa convergência entre o mínimo e o médio, o que indicia que o salário mínimo se impõe como salário de referência!

 (ver Eco)

 

Maio também é por excelência o mês do trabalhador e ficámos a conhecer o perfil do trabalhador português.

Tem entre 25 e 44 anos, trabalha por conta de outrem a tempo inteiro, no setor terciário.

Apesar do crescimento do número de licenciados, a maioria dos trabalhadores em Portugal tem apenas o ensino básico.  

Um desafio ao qual temos de responder com programas formação e de reconversão de competências.

Soluções que implicam a definição de uma estratégia a médio e longo prazo.

 (ver jornal económico)

Aliás, o mais recente estudo lançado pela Randstad em conjunto com as Universidade de Utrecht e Boston, aborda o futuro do mercado de trabalho.

Esta análise vem demonstrar que não vamos ter menos emprego mas que o trabalho vai mudar radicalmente em termos de execução, por impacto direto da transformação tecnológica.

E será esta a visão que vou partilhar na conferência Portugal em Exame já no próximo dia 27 de junho, no Centro Cultural de Belém. Um palco de debate sobre os desafios dos próximos 30 anos nos vários quadrantes económicos.

 

Em maio, a política esteve também em destaque com o impasse da votação sobre o salário dos professores e as campanhas eleitorais para as europeias que por vezes apenas apresentavam planos de ação nacionais.

Não vou falar de esquerdas nem de direitas, nem de vencedores ou vencidos, mas é impossível não comentar o pior resultado de sempre da democracia - o elevado nível de abstenção!

Defendo que a pior liderança é a que não toma decisões. E foi isso que os portugueses fizeram. Preferiram não participar, demitiram-se do seu papel.

Votar é um direito mas também um dever e numa altura em que exigimos cada vez mais o “propósito”, quer na atuação das empresas quer mesmo na decisão de emprego, é fundamental que os portugueses reconheçam o “propósito” da democracia e a importância do gesto individual para contribuir para o todo.

 

E é nesta ligação entre o individual e o coletivo que lançamos para discussão o tema do valor da marca Portugal para atrair e reter talento.

Dia 18 de junho vamos estar com a Rádio Renascença a debater este tema, demonstrando a importância de uma estratégia para a marca Portugal na área do emprego,

garantindo uma proposta de valor mas também políticas flexíveis  e de inclusão que dêem resposta às necessidades de capital humano para suportar o tão desejado desenvolvimento económico do nosso país.