O sentido de liberdade desde cedo que acompanha o pensamento da civilização ocidental. É um conceito lato e abstrato, mas suficientemente específico para ser pleno naquilo em que se traduz na vida de cada um. Este sentido permite-nos toldar as evidências e as nossas vibrações sensoriais para que obtenhamos da vida o que dela mais valorizamos.
Estritamente relacionado com a liberdade temos, e teremos sempre, as noções de diversidade e inclusão, e subjacente a estas está a oportunidade de integrar algo diferente e de desafiar o status quo. Quando falamos em diversidade numa sociedade, numa organização ou num grupo, falamos da existência de um grupo de indivíduos com características particulares que os fazem de alguma maneira ser diferentes dos restantes. E a noção de diferença aqui subjacente não quer significar que a diferença prejudique o todo, muito pelo contrário! É esta diversidade que incrementa a capacidade criativa e que, ao desafiar o que é considerado “normal”, promove a evolução a longo prazo.
à mesa do trabalho
oiça esta conversa para conhecer os desafios da diversidade e da inclusão nas empresas
os desafios da diversidade e inclusão nas empresasÉ importante a partilha desta oportunidade para que entendamos e percebamos que, sociedades mais evoluídas, são também aquelas onde os conceitos de diversidade e liberdade individual estão mais vincados. E mostram-nos os estudos que quanto mais aberta (i.e aberta à diferença e por conseguinte à diversidade) maior será a capacidade dessa sociedade se desenvolver.
O mesmo se pode, em tese, colocar para o caso das empresas onde, aumentando a capacidade de criar, de sair da caixa, somos também capazes de atuar sobre a realidade, endereçando problemas não antes endereçados, de uma forma totalmente diferente.
Definamos criar como o ato ou efeito de olhar para a realidade, de moldá-la para que sejamos capazes de ultrapassar em n+1 o que não fazíamos em n, ou pelo menos que o façamos de uma forma mais direta e por conseguinte mais eficaz.
Porém, será a diversidade uma realidade, uma utopia ou algo mutável em função dos tempos?
Mais diversidade, significa mais criação, mais crescimento e até novos prismas. Todavia, e por incrível que pareça, ainda assistimos a alguns constrangimentos a esta diversidade, que se manifestam em sede das mentes mais conservadoras, das atitudes mais egoístas, através de um “velho-restelismo” que urge terminar nas sociedades evoluídas e que se propõe atacar a segunda metade do século que agora vivemos.
Já quando falamos em inclusão, falamos de um sentimento de pertença ou de propósito de um indivíduo para com o grupo onde se encontra inserido. Inclusão significa que, sendo diferentes, somos tratados como iguais, e ao sê-lo não o somos nem de forma positiva ou negativa. Ao ser assim, a inclusão é o sentimento vivido no âmbito de uma adesão a um grupo que permita sentir o melhor de si mesmo, e ao fazê-lo derivar para o melhor de nós próprios. A inclusão, esse sentimento de pertença a algo, o propósito que tantas vezes ouvimos, traduz-se neste binómio entre o aceitar e o ser aceite genuinamente e sem cobrança, garantindo tratar igual o que é igual e o que for diferente da forma que melhor se ajusta a esse conceito de sociedade.
Human Forward Talks #5
Neste episódio, procurou-se dar respostas e exemplos práticos de como se pode trabalhar em prol da diversidade e inclusão superando os desafios e abraçando os benefícios e vantagens.
da teoria à prática: diversidade e inclusãoTudo conjugado, uma sociedade plural, inclusiva e diversificada é aquela capaz de dotar os seus indivíduos da virtude de serem quem querem dentro do seu conceito de esfera pessoal, garantindo o respeito pelos outros. E isto é verdade também para o contexto empresarial onde se torna cada vez mais urgente olhar para estes temas e encará-los como mais do que um “check in a box”.
Que se torne urgente olhar para este tema enquanto empresas, sociedade e cidadãos. Porque uma sociedade livre, aberta, diversa e inclusiva permite, no limite, ter um nível de bem-estar acima da média, onde o sentimento de propósito existe e onde as diferenças são vantagens e não fragilidades. São prismas, padrões de análise que, se bem valorizados, podem ajudar para que todos sejamos verdadeiramente plurais, solidários, e que possamos dizer, como diria Gandhi:
sê a mudança que queres ver nos outros.