Mais de três anos após o início da pandemia, as perspetivas de emprego para os jovens entre os 15 e os 24 anos tornaram-se ainda mais difíceis, uma vez que enfrentam múltiplas tendências disruptivas, como a aceleração da digitalização e o baixo desemprego em muitas economias. Para que o mercado de trabalho funcione bem, temos de fazer um melhor trabalho de preparação deste segmento crítico da força de trabalho para um futuro de sucesso. É por isso que, no dia 15 de julho, vos encorajo a comemorar o Dia Mundial das Competências dos Jovens (World Youth Skills Day) e a refletir sobre o que podem fazer para dotar os jovens de competências que melhorem o seu futuro económico, apoiando simultaneamente as necessidades da força de trabalho da economia global.

Atender às necessidades da força de trabalho jovem tornou-se mais urgente devido às consequências da pandemia. A ONU e a PwC estimam que, até 2030, 60% dos 1,8 mil milhões de jovens do mundo não terão as competências essenciais necessárias para o mercado de trabalho. Como a lacuna de competências continua a aumentar, as organizações devem apoiar mais ativamente o crescimento dos trabalhadores da próxima geração e oferecer uma entrada equitativa no mercado de trabalho. Isto garantirá uma reserva de talentos mais robusta e qualificada, ao mesmo tempo que constrói a sua marca de empregador. 

Muitos empregadores, incluindo a Randstad, dedicaram recursos a este movimento. Por exemplo, a nossa empresa estabeleceu uma parceria com a Generation Unlimited, uma iniciativa da UNICEF lançada em 2018, para formar 20.000 jovens na Índia e encontrar emprego para 2.000 dentro desse grupo até ao final do ano, como parte da sua iniciativa Passport to Earning. E apoiamos ativamente iniciativas semelhantes em parcerias com governos, como na Argentina, onde colaboramos com o Ministério da Educação de Buenos Aires para formar estudantes em competências comercializáveis.

 

Três ações que farão a diferença    

Mas como é que todos nós podemos contribuir para a qualificação dos jovens de modo a garantir uma força de trabalho sustentável e bem preparada para o futuro? Os decisores políticos, os empregadores e as organizações laborais devem considerar não só a possibilidade de alocar mais investimentos aos trabalhadores mais jovens, mas também de o fazer de uma forma mais eficaz e envolvente. A aprendizagem é mais eficaz quando se mostram às pessoas os benefícios de abraçarem uma jornada de aprendizagem e desenvolvimento ao longo da vida. Eis três formas de o fazer.  

1. Criar uma reserva robusta de talentos através de estágios remunerados.

Um número crescente de empregadores está a investir em iniciativas internas de formação e desenvolvimento para os jovens como forma de desenvolver as suas próprias fontes de capital humano. Ao expandir os programas de estágios remunerados que proporcionam emprego após a sua conclusão, as empresas estão a envolver-se com jovens talentos no início das suas carreiras. Os decisores políticos podem amplificar ainda mais os esforços do sector privado e promover as suas estratégias de equidade, diversidade e inclusão através da adoção de políticas e incentivos fiscais que encorajem os investimentos em comunidades carenciadas que lutam com uma elevada taxa de desemprego juvenil.

2.  Estabelecer parcerias com governos e organizações sem fins lucrativos para obter o máximo de efeitos.

Para além da oferta de estágios, as empresas têm muitas opções para estabelecer parcerias com iniciativas locais e globais especificamente destinadas a melhorar as competências dos jovens. Por exemplo, muitas empresas, incluindo a Randstad, colaboraram com a VSO para capacitar os jovens trabalhadores a obterem um emprego digno e sustentável3

3. Alargar as opções de aquisição de competências comercializáveis e sustentáveis.

Embora os estudos universitários se tenham tornado na forma tradicional de muitos jovens adquirirem as competências que são procuradas, os custos e a concorrência para a admissão tornaram-se grandes barreiras à entrada. As escolas profissionais e de comércio são alternativas atractivas, mas, na economia digital atual, estão a surgir formas mais inovadoras de formar pessoas. Por exemplo, muitos jovens, como os programadores, estão a adquirir competências por si próprios. Ao disponibilizar mais recursos abertos através de academias e cursos em linha, os stakeholders podem dar aos jovens aprendizes opções eficazes e adequadas a cada um.

 

Entre todas as questões prementes que o mercado de trabalho global enfrenta, poucas são tão críticas como a preparação dos jovens para a economia global em rápida mutação. Com a demografia a envelhecer em muitos países, as economias de todo o mundo têm de desenvolver a próxima geração de trabalhadores para apoiar os que vão para a reforma. Podemos ajudar os 1,8 mil milhões de jovens de todo o mundo a desenvolver as suas competências e a sua confiança, disponibilizando mais recursos e oportunidades de emprego. O Dia Mundial das Competências dos Jovens é uma excelente lembrança de que todos nós devemos trabalhar para alcançar este objetivo, não só neste dia, mas durante todo o ano.

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Sander van ‘t Noordende - Chief Executive Officer, Randstad
Sander van ‘t Noordende - Chief Executive Officer, Randstad

Sander van ‘t Noordende

chief executive officer, randstad

I am the Chief Executive Officer of Randstad, the world’s largest talent company and a workplace equity advocate. Throughout my career, as a business leader, I have advocated for true equity in the workplace. The world of work is changing rapidly and with talent in the driving seat, employers must adapt to meet the growing demands for a more tailored, flexible and purpose-driven approach to work. Through our insights, such as our flagship Workmonitor report, and our ambition to be the most equitable and specialized talent company, we are well-positioned to help both talent and clients navigate the ever-changing global labor market. Prior to joining Randstad, I spent 30 years at Accenture most recently serving as Group Chief Executive of the Products Operating Group and have been featured by Fortune, CNBC, BBC, Bloomberg and the Wall Street Journal discussing the world of work.