Começámos o mês de abril a apresentar a opinião dos portugueses sobre as empresas mais atrativas para trabalhar e confirmámos a urgência de uma estratégia de atracção e retenção de talento para Portugal.
Uma estratégia de valorização da nossa marca que tem de olhar para o nosso talento, mas também para o mundo e para os fluxos migratórios.
No ano passado, no nosso país regularizaram-se mais de 16 mil pessoas, cerca de cinco vezes mais trabalhadores imigrantes do que no ano anterior, sendo a maioria brasileiros. Este aumento deve-se principalmente à flexibilização das regras. Uma simplificação que teve efeitos imediatos e que respondeu às necessidades de recrutamento por parte das empresas.
Mas as medidas de captação de pessoas não ficaram por aqui.
O programa “Regressar” introduziu a exclusão de IRS sobre 50% dos rendimentos de trabalho auferidos por pessoas que tenham saído de Portugal até 2015 e que agora se tornem de novo residentes no nosso país, mas apenas este ano ou no próximo.
Outro exemplo é o roadshow que junta governo, universidades e politécnicos com destino aos países com maiores comunidades portuguesas. O objetivo é seduzir os lusodescendentes para virem estudar para Portugal, reservando mesmo 7% das vagas para estes jovens
E ainda a Connect Portugal, uma comunidade criada este mês com objectivos de ligar o talento nacional e alavancar a imagem do nosso país no mundo.
(ler no jornal económico, ler no dn e ler na executive digest)
Medidas populistas para uns, de pré campanha para outros ou… genuínos primeiros passos.
Mais do que criticar importa assumir que temos um problema que temos de resolver.
Todos os meses os números são claros. Faltam pessoas, existe escassez de talento em competências críticas e este não é um problema do meu sector, da minha empresa mas sim do meu país e por isso precisamos de uma estratégia global, de uma proposta de valor e de trabalhar o employer brand de Portugal.
Desafiamos a esta reflexão, mas mais ainda à criação de um grupo de trabalho que avance com um plano de acção para garantir a competitividade do nosso país.
Confirmando este sentido de urgência, as mais recentes previsões apontam para que em 2038 as pensões da Segurança Social possam colapsar. Uma incerteza que se baseia em factos concretos e preocupantes e que exigem uma estratégia imediata de atracção de fluxos migratórios e também de uma política que incentive a natalidade.
Abril foi o mês da guerra dos tronos, não apenas na televisão mas de um debate político que começa nas europeias mas que espreita as legislativas.
E como não é surpresa tivemos as greves e os combustíveis que ocuparam o trono de todas as guerras. Mas este é apenas o primeiro terço do ano, temos ainda dois terços onde devemos optar cada vez mais pela conciliação e investir pessoalmente para que 2019 seja um ano de crescimento e não de lamentações.