No passado dia 4 de Abril, na Cidade do Futebol, em Lisboa, foram reveladas as principais conclusões do Randstad Employer Brand Research 2019. E também as empresas mais atractivas para trabalhar em Portugal.

 

Microsoft, Grupo TAP e Hovione. Foram estas as três grandes vencedores dos Randstad Employer Brand Award 2019. O top 20 fica assim distribuído:

1. Microsoft

2. TAP - Transportes Aéreos Portugueses 

3. Hovione 

4. ANA - Aeroportos de Portugal 

5. Siemens

6. Delta Cafés 

7. Nestlé

8. Farfetch 

9. Banco de Portugal 

10. RTP - Rádio e Televisão de Portugal

11. Fujitsu Technology Solutions

12. OGMA - indústria aeronáutica de Portugal

13. Ikea Portugal

14. Lusíadas Saúde

15. Hospital da Luz

16. Nokia

17. Bosch Termotecnologia

18. Volkswagen autoeuropa

19. Pestana Hotel Group

20. Hoteís Real

Na cerimónia de entrega de prémios, foi destacado o facto de a Farfetch, a IKEA e os Hotéis Real integrarem este ranking do top 20 pela primeira vez, enquanto que o top 3 se mantém em relação ao ano passado, demonstrando que o Employer Branding é uma estratégia a médio e longo prazo.

A Randstad quis ainda reconhecer empresas que, embora não sejam um top 150 empregadores, se distinguem nesta área. Neste âmbito, a Ria Blades recebeu o top EVP work-life balance, e a Samsung foi premiada como top employer brand, pois estaria no top 3 se fosse um dos maiores empregadores em Portugal.

 

O ‘life-motto’ dos profissionais

De acordo com Randstad Employer Brand Research 2019 – que analisou a percepção de mais de 200 mil inquiridos sobre a atractividade das empresas, avaliando as respostas de várias gerações em 32 países – o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal é o que mais interessa à maioria dos millennials (55%) na sua decisão de trabalho.

Esta geração está mais interessada no balanço entre o trabalho e vida pessoal do que as duas gerações antecessoras: a geração X (35-54) e os boomers. (55-64). Para estes últimos, é o ambiente de trabalho que aparece como o critério mais importante na decisão de emprego (49%). Já a geração Z (entre os 18 e os 24 anos), privilegia sobretudo a possibilidade de progressão de carreira (51%).

Um dado curioso é, apesar das empresas comunicarem cada vez mais os seus processos de transformação e como utilizam cada vez mais tecnologia, este não é um critério para nenhuma geração, sendo mesmo o menos valorizado. José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal, faz notar que «a tecnologia é uma ferramenta e não um factor de atractividade. Existe para ajudar as pessoas a serem melhores e não terem de fazer tarefas repetitivas, mas não é o factor de motivação na escolha de um empregador. Acreditamos até que será cada vez mais uma commoditie.»

Se a estratégia das organizações é ser cada vez mais digital, o estudo também revela que os canais mais utilizados pelos portugueses para saber mais sobre as empresas que estão a recrutar são os portais de emprego (77%), as referências vindas de grupos pessoais (51%), e, em terceiro lugar, o Linkedin (47%). Já o site da empresa aparece em sexto lugar na lista, o Facebook em oitavo, sendo que em último lugar ficou o Twitter, com apenas 2%.

 

Ficar ou sair?

No último ano, em Portugal, houve mais pessoas a mudar de empresa. «Um aumento da confiança no mercado e a redução da taxa de desemprego terão ajudado a este crescimento (15% em 2017 versus 20% em 2018). E também cresceu a vontade de mudança, que passa de 27% para 31%, intenções que são para concretizar em 2019», realça-se.

A principal razão para os millennials portugueses se manterem fiéis à sua empresa está relacionada com a existência de um bom ambiente no local de trabalho, que lhes seja capaz de proporcionar bem-estar no dia-a-dia.E o que os faz querer procurar novo desafio é o facto do salário oferecido pela empresa ser muito baixo (52%).

Na geração Z, 43% também valoriza um bom ambiente no local de trabalho, mas 35% está mais preocupada em ganhar experiência e exige às empresas que criem as condições necessárias para um bom programa de formação e desenvolvimento. O que os faz procurar novas oportunidades é essencialmente a falta de equilíbrio entre a vida pessoal e o profissional (27%) e é por isso que, muitas vezes, partem em busca de novas oportunidades. Nas gerações mais antigas, são as limitações em construir uma carreira ou na falta de capacidade de liderança das empresas que promove maior ‘mobilidade’.

 

De referir ainda que, antes de enviarem as candidaturas, a maioria dos portugueses (92%) admite investigar a reputação das empresas. Os millennials são os que mais optam pelo Linkedin (50%), enquanto a geração Z prefere o Facebook (42%).

Para os portugueses, os sectores mais atractivos são o da energia, saúde e serviços, destacando-se nos critérios de saúde financeira, utilização de tecnologia de ponta e boa reputação.

José Miguel Leonardo conclui que «estes resultados demonstram bem que existe um gap entre o que as pessoas mais valorizam numa decisão de emprego e os critérios em que as empresas se destacam na opinião dos talentos. O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é mesmo o melhor exemplo», destaca. «Este é o critério mais valorizado, em especial pelos millennials, mas é um dos que tem pior avaliação (número 9 em 10) nas empresas que actuam em Portugal, uma diferença que nos deve levar a agir e a criar uma estratégia de Employer Branding, não apenas para as empresas, mas também para o nosso país, para a marca Portugal.»

Foi este o desafio lançado pela Randstad na cerimónia de apresentação de resultados, elevando a fasquia pois acredita que «atrair empresas sexy não chega. Portugal tem que ser uma marca atractiva para atrair os melhores talentos para trabalhar cá». Assim, o CEO divulgou que, em conjunto com a Rádio Renascença, vão lançar este debate, no dia 10 de Junho.