O Grupo Casais conta com seis década de existência mas a cultura organizacional mantém-se a mesma. Distingue-se pela simplicidade e proximidade às pessoas. Os desafios, esses têm-se alterado, nomeadamente com a introdução de novos métodos de trabalho e escassez de mão-de-obra qualificada.

O que o Grupo Casais ainda mantém da génese e espírito com que o Mestre António Casais fundou a empresa, em 1958?

A mestria Casais e os valores Casais transmitidos pelo fundador, Mestre Casais, persistem e são incutidos no Grupo, assumindo-se como a linha orientadora da nossa cultura organizacional. 

E o que distingue essa cultura?

A cultura Casais é muito própria e com os seus valores muito vividos e presentes nas pessoas. A nossa cultura distingue-se pela sua simplicidade e proximidade às pessoas, desde a administração ao operacional que se encontra no terreno.

Sendo uma empresa familiar, que já vai na terceira geração, como têm dado resposta ao desafio da sucessão e da manutenção dessa cultura?

A Casais está a trabalhar há alguns anos numa fase de passagem de geração, suportada por um protocolo familiar que todos os elementos da família prezam e que é a base da relação na organização.

Que outros desafios resultam do carácter familiar da empresa? Que vantagens, e eventualmente, desvantagens, isso vos traz?

O carácter familiar da empresa sustenta e fortalece a cultura Casais no Grupo, acompanhando as evoluções do mercado.

Quais os principais marcos evolutivos nestes 60 anos de história? Quais as principais conquistas?

Entre outros, posso referir a internacionalização, que teve início em 1994, e a introdução de novos negócios, que se formalizou com a criação da holding que gere o Grupo e que hoje permite uma oferta única integrada de soluções e serviços. 

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Qual a importância que a internacionalização assumiu na vossa actividade?

Tem-se revelado um factor de sucesso e de manutenção no mercado. 

Esta nova realidade fez com que passassem a ter colaboradores expatriados. Que alterações isso veio trazer na forma de gerir as vossas pessoas?

É verdade que a internacionalização trouxe desafios na gestão de pessoas, exigindo uma gestão mais global e ajustada às características de cada mercado, nomeadamente ajustamento cultural, logístico e administrativo.

Uma curiosidade é que, nessas equipas, fazem questão de ter sempre um cozinheiro português. Qual a importância que este "pormenor" assume?

A importância da cozinha portuguesa nos mercados internacionais é um pormenor que “reconforta” a alma das nossas pessoas e que permite “matar as saudades” da nossa pátria. Este pequeno pormenor permite atenuar a distância de casa e da base familiar.

O que diria que mudou fundamentalmente no sector da construção, de 1958 para cá?

Mais concorrência, mais exigência por parte do cliente, introdução de novos métodos de trabalho, falta de mão-de-obra e aceleração da evolução dos processos e métodos.

Como estão a dar resposta à escassez de mão-de-obra ou por onde acredita que pode/ deve passar a solução?

O sector da construção é o sector com menos atractividade para os jovens. A solução deve passar por apostar na formação e aquisição de conhecimento e desenvolvimento de competências.

Que outros desafios enfrentam no âmbito da Gestão de Pessoas?

Para além da falta de mão-de-obra qualificada e da pouca atração do sector da construção, os principais desafios actuais centram-se na diversidade cultural das equipas.

Afirmam no vosso site que a Gestão de Pessoas esteve sempre em primeiro lugar, desde a criação da empresa. Como é que isso se concretiza?

O ADN Casais, nomeadamente o valor Humanismo, é a base da preocupação nas nossas pessoas. Sempre houve, e continua a existir, uma forte procura de proximidade às pessoas, mesmo com a distância e dispersão geográfica das nossas diversas frentes de trabalho, e ultrapassando actualmente os 4500 colaboradores no mundo.

O CEO e os administradores deslocam-se às frentes de obra e aos mercados, nos diferentes contextos Casais, para estarem próximos das nossas pessoas ao longo do ano e em momentos de carácter familiar, como por exemplo a época de natal. A própria direcção de Recursos Humanos e equipa procura fazer chegar informação e criar momentos de comunicação directa com as pessoas nos diferentes cenários de actividade, estimulando os valores Casais.

O que assumem como prioridade no que respeita à Gestão de Pessoas? 

A Gestão de Pessoas deve passar pelo respeito mútuo, pela aquisição de conhecimento e pela evolução das nossas pessoas, em sintonia com a evolução da organização.

Qual acredita que é o "segredo" da vossa longevidade? 

Acreditar nas nossas pessoas e impulsionar a mestria Casais no nosso dia-a-dia, nas nossas relações profissionais, nos nossos negócios.

    

 

Entrevista a Sofia Miranda, directora Corporativa de Recursos Humanos do Grupo Casais