A regeneração depois de um forte impacto é lenta, porque exige uma avaliação dos danos, mas mais do que isso uma reinvenção tendo por base a aprendizagem de insucesso. Olhar para onde e como se falhou é repensar prioridades e estratégias. O pós crise é uma fase longa e que não se deve cingir à estatística de curto prazo, que é ainda obviamente, desanimadora. Ainda não há uma proporcionalidade entre a criação e a cessação, o que não permite equilibrar rendimentos ou o mercado do emprego.
Apesar disso e também olhando para os números, o gap já não é um fosso enorme, parecendo assim que lentamente o tecido empresarial português está a entrar em fase de regeneração, reentrando no mercado. Neste processo é fundamental alertar para a importância da variável recursos humanos, das pessoas como o valor acrescentado de qualquer empresa, o seu bem diferenciador e que potencia o sucesso e não como um custo ou um “mal necessário”. Para que este caminho seja feito há também que mudar mentalidades.
Empresas, trabalhadores e candidatos enfrentam este desafio da retoma e devem fazê-lo primeiro gerando valor e rentabilidade apoiados pelas melhores pessoas (no caso das empresas). Por outro, ultrapassando o estigma do trabalho temporário e do outsourcing, focando-se sim em acrescentar valor, enriquecer a sua experiência e até reinventarem-se para o mercado (no caso dos trabalhadores). E por fim o Estado. É preciso que este assuma um papel activo como fiscalizador, evitando economias paralelas ou negócios menos transparentes que desvalorizam o trabalhador.