A propósito do dia internacional da Educação, que se assinalou dia 24 de Janeiro, a Fundação José Neves (FJN) definiu metas até 2040 para transformar Portugal numa sociedade do conhecimento.
As principais metas identificadas são:
- Ter uma população jovem e adulta mais qualificada, com pelo menos 60% dos jovens com ensino superior e no máximo 15% dos adultos com baixa escolaridade.
- Uma taxa de emprego de 90% para os jovens que terminam um nível de escolaridade e 25% dos adultos a participar em educação e formação ao longo da vida.
- Colocar Portugal nos 10 países da União Europeia com mais emprego em sectores tecnológicos e intensivos em conhecimento, com o reforço da educação alinhado às necessidades do mercado de trabalho.
Para concretizar esta ambição da FJN, as grandes áreas de desenvolvimento na educação em Portugal devem passar por estas seis ações prioritárias:
- Apostar nas qualificações dos jovens portugueses;
- Requalificar a população com baixas qualificações para manterem relevância no mercado de trabalho;
- Promover a aprendizagem ao longo da vida;
- Garantir alinhamento entre educação e formação e as necessidades do mercado de trabalho;
- Acompanhar e antecipar as dinâmicas e necessidades do mercado de trabalho;
- Diversificar o formato e modelos da oferta educativa.
Dados da Fundação José Neves revelam que «os benefícios comprovados da educação são tão amplos que é uma aposta ganha, quer para indivíduos quer para a sociedade como um todo». Em Portugal, estudar continua a compensar. Por exemplo, os jovens que tiram um curso técnico superior profissional ou um curso do pós-secundário têm, em média, um salário 9% e 13% superior a quem apenas termina o ensino secundário. Para os jovens licenciados, o ganho salarial face ao ensino secundário é de 42%.
Maiores níveis de qualificação continuam a estar associados a maior empregabilidade e menor propensão ao desemprego. A pandemia COVID-19 veio relembrar que mais educação protege a posição dos jovens no mercado de trabalho em situações de crise económica.
Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves, alerta que «o mundo e o mercado de trabalho estão a evoluir rapidamente e Portugal não pode ficar para trás. A educação e a aprendizagem têm de acompanhar essas mudanças», afirma, fazendo notar: «Portugal apresenta o maior fosso inter-geracional da União Europeia nos níveis de qualificação da sua população ativa e é apontado pela OCDE como o país onde é mais urgente apostar na formação dos seus adultos. A Educação não pode ser compartimentada. Deve ser vista como um processo contínuo ao longo da vida, que inclui a educação obrigatória, a educação e formação profissional, a educação superior e a educação de adultos ao longo da vida. Para que isto aconteça é fundamental uma ação concertada entre todos os stakeholders da sociedade – empresas, entidades formadoras, instituições de ensino e decisores políticos.»
A Fundação José Neves disponibiliza duas ferramentas para ajudar a concretizar esta missão de transformar Portugal numa sociedade do conhecimento:
- O programa ISA FJN, que tem como objetivo apoiar os portugueses no acesso aos cursos e formações que lhes permitam adquirir as competências para os empregos do futuro, através do pagamento integral da propina.
- A plataforma Brighter Future, a maior base de conhecimento sobre Educação, Empregabilidade e Competências em Portugal, que constitui um aliado muito importante para ajudar jovens, adultos, instituições de ensino e empresas a tomarem decisões com base em informação relevante.