Embora seja reconhecida a importância de cuidar do bem-estar das pessoas, muitas vezes não é uma prioridade. A conclusão é de um estudo da Workwell.
Segundo a OMS, a definição de Saúde implica um estado de bem-estar físico, mental e social ompleto e não meramente a ausência de doença ou doença. Sendo o local de trabalho o sítio onde passamos a maior parte do nosso tempo, as empresas exercem um papel fundamental na garantia do bem-estar dos colaboradores.
Também neste âmbito, a pandemia trouxe novos desafios. Estudos recentes demonstraram que os colaboradores em homeoffice trabalham em média mais três horas do que o normal. Por outro lado, têm menos interação com os seus colegas e sentem-se mais desconectados com a empresa. Aliado a estes factores, os níveis de stress e ansiedade estão mais elevados que nunca, tanto pela preocupação com a sua saúde e dos seus familiares, bem como pela obrigação de cuidar dos filhos e família, tarefas que se têm de aliar ao seu trabalho a tempo inteiro.
Tendo esta realidade em mente, a Workwell desenvolveu um estudo que abrangeu mais de 100 empresas de vários sectores de atividade, tendo a maior representação sido dos sectores dos serviços, indústria e tecnologias.
O estudo concluiu que , muitas vezes, o bem-estar dos colaboradores não é uma prioridade nas empresas. Entre os principais factores identificados para a não implementação de programas de saúde e bem-estar, o principal é a falta de budget. «Este pode ser um reflexo do tecido empresarial português constituído 99,9% por pequenas e médias empresas», analisa-se.
De destacar que a larga maioria (86,8%) das empresas em Portugal diz que a pandemia teve um impacto negativo na organização, seja a nível económico, seja a nível de gestão de pessoas.
A seguir ao factor dinheiro, surge o desconhecimento deste tipo de programas, seguido pela falta de sensibilização dos gestores e líderes para estes temas. A dificuldade em identificar as necessidades da empresa para aplicação das iniciativas certas e a falta de tempo são outros factores referidos.
Não obstante, as empresas portuguesas foram muito claras na importância de implementar este tipo de programas, com 48,4% a afirmar desenvolver serviços de saúde e bem-estar corporativos, reforçando a ideia que as pessoas são o centro das organizações. E, reconhecendo o impacto positivo de um programa de saúde e bem-estar corporativo, principalmente em momentos mais exigentes como o actual, 94,5% dos inquiridos responderam que pretendem promover a saúde e o bem-estar dos seus colaboradores nos próximos 6 a 12 meses.
O estudo revela que melhorar a saúde e o bem-estar, promovendo comportamentos saudáveis (53%) são a principal razão para a implementação de programas de saúde e bem-estar corporativo. E que o formato digital é neste momento o método preferencial para a implementação de serviços de saúde e bem-estar, para 52% dos inquiridos. As razões apontadas para esta escolha são, maior abrangência geográfica do programa a um custo mais baixo; acessibilidade (em casa ou no trabalho, no telemóvel, no PC ou tablet); confidencialidade e anonimato e a possibilidade de medir o impacto.
Ainda o mesmo estudo indica ainda que o top 3 das áreas mais pertinentes para desenvolver no futuro, neste âmbito, são a saúde mental 73%), a postura e ergonomia (56%) e o desenvolvimento pessoal (46,20%). De acordo com a tendência de anos anteriores, 47% das empresas inquiridas afirmaram que em 2021 tencionam investir mais em bem-estar que no ano anterior.