Portugal subiu três posições no Ranking Mundial de Competitividade Digital de 202, publicado a semana passada pelo Centro de Competitividade Mundial do Institute for Management Development (IMD). Surge agora na 34.ª posição, a mesma que ocupava em 2019 e revertendo a tendência decrescente dos últimos cinco anos, com exceção de 2018.

 

Este ranking, que avalia a capacidade de 64 economias para a transformação económica das empresas, do governo e da sociedade, através das tecnologias digitais, é liderado pelos Estados Unidos. Hong Kong, Suécia, Dinamarca e Singapura completam a lista dos cinco primeiros.

Na lista, a nível regional, Portugal figura atrás da Espanha, que ocupa a 31.ª posição, mas à frente da Itália, que surge na 40.ª e da Grécia (44.ª). O nosso país registou uma subida na maioria dos indicadores face ao ano anterior. «A recuperação portuguesa resulta de um melhor desempenho face a 2020 em duas das três áreas que integram o estudo: Conhecimento (32.º) e Preparação para o Futuro (38.º). Na terceira, que diz respeito à Tecnologia, Portugal manteve a posição dos dois últimos anos (38.º)», revela-se.

Foi no indicador de Preparação para o Futuro que o país registou a subida mais significativa, de quatro posições (de 41º para 38º), principalmente devido à integração de IT. No entanto, há ainda uma lacuna na utilização de ferramentas digitais, como a big data e analytics, «que está a atrasar a evolução a nível nacional e que faz com que o país não tenha maior agilidade empresarial».

No indicador de Conhecimento, registou-se uma subida de uma posição (33ª para 32ª), «justificada pelo talento e pela concentração científica existente no país, sendo as competências digitais e tecnológicas da população e a vasta formação na área das ciências dois dos seus pontos mais fortes».

Já no indicador de Tecnologia, Portugal manteve o seu lugar, mas é sobretudo o seu enquadramento tecnológico e regulamentar que o faz pontuar pior, com destaque, por exemplo, para o número reduzido de subscritores de banda larga móvel e a qualidade de redes wireless.

O estudo destaca ainda que Portugal é mais competitivo em leis de imigração (onde ocupa a terceira posição) e quanto a tecnologias de informação (11.º) e número de licenciados na área das ciências (12.º).

As fragilidades surgem no que diz respeito à formação de trabalhadores (60.º) e número de utilizadores de banda larga móvel (59.º) e de wireless (53.º).

Olhando para os últimos cinco anos, foi em 2018 que Portugal estava mais sólido nas competências digitais, tendo chegado a alcançar a 32.ª posição, perto de entrar para o top 30 mundial. No entanto, a boa classificação alcançada não se repetiu em 2019, com a queda de duas posições e uma pontuação pior do que 2017. Um cenário igualmente negativo fez-se também sentir no ano marcado pela emergência da pandemia, onde o país voltou a ficar para trás, caindo para o 37.º lugar.

 

A nível global

Os Estados Unidos lideram o ranking pelo quarto ano consecutivo e foi assinalada uma subida de países como o Japão, Coreia do Sul e Taiwan.

Apesar da liderança dos Estados Unidos e do domínio de países da Europa Ocidental nos 10 primeiros lugares «a principal tendência destacada pela edição deste ano do Ranking Mundial de Competitividade Digital é a de que as economias da Ásia Oriental continuam a sua escalada rumo ao topo da tabela», indica o IMD. «Ao mesmo tempo, nestes quatro anos, a China subiu 15 lugares, seguindo um modelo de governação de base estatal.»

De acordo com o Centro de Competitividade Mundial do IMD, «as duas maiores economias do mundo equiparam-se em algumas medidas de competitividade digital que abrangem a transferência de conhecimento, o nível de preparação empresarial e o investimento em educação. No entanto, estão a desenvolver percursos de transformação digital muito diferentes.»

Nos Estados Unidos, a população «é a que mais dinheiro gasta na Internet per capita, tem mais um terço de utilizadores da Internet per capita do que a China e tem os níveis mais elevados de posse de tablets do mundo. Tem também entre os mais altos níveis de interação democrática online com o governo (a chamada e-participação)», exemplifica o estudo.

Em comparação, a China lidera o mundo na sua proporção de trabalhadores científicos e técnicos, que representam 11% do emprego total do país, quase o dobro do dos Estados Unidos (6%), acrescenta.

 

A Porto Business School colabora, de forma exclusiva, desde 2015, com o do IMD em Portugal na elaboração deste ranking.