A quinta edição do “Índice da Excelência” revela que o nível global de satisfação dos colaboradores se destaca pela positiva, tendo vindo a aumentar de ano para ano, incluindo em 2020, em todos os subdomínios de análise. As excepções são os sectores do Comércio e Retalho e Hotelaria e Turismo.
Apesar de «resultados globais muito positivos face ao contexto», há áreas, como a melhoria da sustentabilidade do negócio, a aposta na inovação, na transformação digital e na valorização e retenção de talento, que requerem maior atenção e intervenção, destaca-se nas conclusões do estudo.
Tendo o nível de excelência subido globalmente, e em todas as dimensões do estudo – Dinâmica Organizacional; Práticas de Gestão; Clima; Gestão de Pessoas –, a Gestão de Pessoas, que inclui os recursos de trabalho, o desenvolvimento de competências e práticas de gestão de talento, é a dimensão que apresenta as pontuações mais baixas face às restantes. Seguindo a tendência dos últimos anos, é a que precisa de mais investimento para estar ao nível das restantes dimensões.
Da análise aos resultados, conclui-se ainda que a criatividade e a inovação continuam a ser apostas cruciais, tanto nos modelos e processos de negócio, como nas formas e métodos de trabalho, criando agilidade interna e colaboração plena para fazer face às exigências e constantes mutações do ambiente e do mercado.
No que respeita à satisfação global dos colaboradores por dimensão, sobressaem, pela positiva, as Pequenas Organizações. Apesar de um destaque menos positivo, tem-se vindo a verificar um aumento significativo nas Grandes Organizações. Já em termos globais, verifica-se uma evolução positiva em todas as dimensões, reflexo do investimento na Gestão de Recursos Humanos feito nos últimos anos pelas organizações.
As dimensões de Excelência do Clima e da Dinâmica Organizacional têm os valores mais altos de satisfação nos diferentes sectores, enquanto a dimensão de Excelência da Gestão das Pessoas apresenta os valores mais baixos. Os sectores em alta são a Consultoria e Serviços; Banca, Seguros e Serviços Financeiros e Tecnologia Media e Telecomunicações. Já a Construção e Infraestruturas, Indústria e sector Público requerem mais investimento.
Face à edição anterior, nos sectores da Hotelaria, Turismo, Desporto e Ensino; Retalho e Comércio e o sector Público o nível da satisfação diminuiu de forma significativa. Em todos os outros a evolução foi positiva, demonstrando que mesmo em contextos mais difíceis são possíveis iniciativas que garantam a satisfação dos colaboradores.
As duas dimensões em que os colaboradores se sentem menos satisfeitos e onde gostariam de continuar a ver investimento por parte das organizações são as Recompensas dos Colaboradores e no Desenvolvimento das Pessoas. As iniciativas organizacionais apontadas como menos prioritárias foram as relacionadas com as Práticas de Liderança e a Comunicação Interna.
Relativamente aos factores de retenção, os mais salientados foram o gosto pelo trabalho desenvolvido, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a relação com os colegas. A inovação e vanguarda da organização, a par da formação adequada às necessidades foram os menos referidos. Quanto maior a dimensão da organização, mais valorizada pelos colaboradores é a segurança do emprego e a localização. Factores de retenção como condições de trabalho e relação com colegas são mais apontados em empresas mais pequenas.
A edição de 2020 do estudo desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting em parceria com a Human Resources Portugal e o ISCTE Executive Education revela ainda que a situação pandémica acelerou a maioria das tendências que já se vinham a verificar nos últimos anos, demonstrando a sua relevância e criticidade também para os desafios específicos da pandemia.
«Tendo em atenção os resultados do estudo e a sua aplicação no futuro por parte das organizações, as prioridades devem estar tanto no âmbito da agilidade, inovação e colaboração organizacionais, como no desenvolvimento, capacitação e envolvimento/satisfação das pessoas», defendeu Gonçalo Salis Amaral, partner da Neves de Almeida HR Consulting. «Nesta era digital, o maior valor das organizações está nas pessoas.»