Num ambiente empresarial em mudança, é fundamental atrair o talento certo para o negócio. Nestes tempos de incerteza social e económica, as empresas devem certificar-se de que conseguem adaptar-se às exigências voláteis dos negócios. Com o mundo a depender cada vez mais da tecnologia e dos seus atributos, o sector das TIC está no topo dos sectores mais atractivos no mercado de trabalho.
Ainda que o questionário do Randstad Employer Brand Research 2020 e a análise dos resultados tenham sido feitos pré-pandemia, tendo, desde então, a COVID-19, paralisado economias locais e mercados de trabalho, o employer branding não perdeu relevância. Pelo contrário, é mais importante do que nunca. E os resultados da pesquisa deste ano podem ser muito úteis para desenvolver uma estratégia de employer branding mais afinada para as empresas.
Segundo o Randstad Employer Brand Research 2020, os colaboradores das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são dos mais atractivos em todo o mundo. Os pacotes salariais apelativos, a estabilidade profissional e o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são os elementos que asseguraram o lugar do sector das TIC no topo. Com 57% dos inquiridos a dizerem que trabalhariam no sector das TIC, está ligeiramente acima do negócio dos bens de consumo rápido (54%) e sector automóvel (54%).
Ainda assim, contratar profissionais das TIC continua a ser um desafio constante para as empresas. Segundo os últimos dados do Eurostat, mais de metade (58%) das empresas na União Europeia (UE) revelaram dificuldades ao tentarem preencher vagas que exigem competências relevantes de TIC. A preferência por áreas em que as competências mais preferidas são segurança digital, redes de negócios, tecnologias móveis ou cloud computing aprofundar-se-á nos próximos anos.
A crise da COVID-19 impulsionou a transformação digital das empresas, obrigando-as a fazer investimentos em tecnologias que apoiam a modernização e o envolvimento da força de trabalho. Tendo em conta que a tecnologia tem um importante papel durante a pandemia, a atractividade do sector aumentou nos últimos meses.
Contudo, devido ao impacto económico da crise do coronavírus, a Gartner prevê uma diminuição de 8% no investimento global em TI, em 2020, enquanto o investimento em certas subcategorias como o cloud computing ou a segurança digital deve ver um aumento.
A pressão para fazer mais investimentos dentro do bem-estar digital e da actualização de conhecimentos da força de trabalho foi reforçada pela recente crise, que forçou as empresas a compreenderem a importância da diminuição das lacunas nas competências.
O que querem os colaboradores das TIC?
Receber uma remuneração apelativa, seguido de estabilidade profissional e equilíbrio pessoal-profissional são os factores mais importantes quando um colaborador das TIC escolhe um empregador.
Com o mundo do trabalho a sofrer o impacto dos efeitos da COVID-19, benefícios não monetários como horários flexíveis, trabalhar a partir de casa e estabilidade profissional são algumas das ferramentas mais poderosas que os empregadores podem usar para atrair e reter talento nas suas organizações.
Mas se os profissionais de TIC procuram sobretudo (1) Remuneração e benefícios apelativos, (2) Estabilidade profissional e (3) Equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, o que os empregadores oferecem é: (1) Utiliza as tecnologias mais recentes, (2) Estabilidade financeira e (3) Remuneração e benefícios atractivos. A título se exemplo, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional surge em 9.º.
Compreender a discrepância entre o que os colaboradores querem e o que acreditam ser oferecido pelos empregadores oferece perspectivas importantes para desenvolver uma employer brand.
Os colaboradores do sector afirmam que os empregadores de TIC são melhores a usar as tecnologias mais recentes e a oferecer estabilidade financeira e bons planos de remuneração.
Em relação a remunerações e benefícios apelativos, a discrepância é pequena: o que os colaboradores procuram e o que os empregadores oferecem está praticamente alinhado.
Mudar de emprego
Embora a estabilidade profissional seja o segundo factor mais importante ao escolher um empregador, e as TIC sejam vistas como o sector de emprego mais atractivo em todo o mundo, a pesquisa feita em Março-Abril mostra que a rotatividade no sector é mais alta do que a média global.
Na verdade, 30% dos colaboradores do sector que a Randstad inquiriu afirmara que tencionam mudar de emprego nos próximos 12 meses; 20% revelaram que já tinham mudado de emprego no ano anterior.