Em média, cada pessoa muda de função a cada dois ou quatro anos e, apesar de nem todas as mudanças produzirem aumentos salariais, algumas resultam em salários, em média, entre 30% e 45% mais elevados. A conclusão é do novo relatório do McKinsey Global Institute (MGI) e da prática de People & Organizational Performance da McKinsey & Company.
O relatório mostra que para as pessoas que começam em posições de baixa remuneração, a mudança é fundamental para aumentar os seus rendimentos ao longo da vida. Uma variedade de experiências de vida afeta a capacidade de um indivíduo de tirar partido das oportunidades de mobilidade, embora esta informação não esteja incluída no conjunto de dados estudado.
Com cada mudança de função, após um primeiro emprego, o estudo isolou a quota-parte de novas competências necessárias para esse novo cargo, de forma a determinar a «distância de competências» da mudança. A distância média de competências por cada nova função é de 25% ou mais. Isto implica que muitas pessoas têm capacidades latentes e o potencial para aprenderem competências adicionais.
Pessoas com mobilidade ascendente nos Estados Unidos e na Índia fizeram mudanças com uma distância média de competências de 30% a 40%; aqueles que se mantiveram estáveis tiveram uma média de apenas 20% a 30%. As mudanças arrojadas envolvem empregadores que contratam pessoas com competências menos comprovadas e trabalhadores que procuram oportunidades para se desenvolverem.
O mesmo relatório indica que a experiência profissional representa cerca de metade do rendimento médio de uma pessoa e muitas vezes mais para pessoas com menor escolaridade. As pessoas que começam em empregos com baixos salários, sem licenciatura, tendem a ser mais dependentes da experiência. Este factor é responsável por 65% a 75% dos rendimentos ao longo da vida de alguém que começa como empregado de balcão nos Estados Unidos, por exemplo, em comparação com 35% para quem começa como médico.
Por país, a experiência é responsável por uma média de 40% a 43% dos rendimentos ao longo da vida dos trabalhadores na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos, mas 58% dos da Índia, onde menos pessoas têm educação superior.
A experiência de trabalho é particularmente importante para os trabalhadores que mudam para escalões de rendimentos mais elevados ao longo da sua carreira. Um terço dos trabalhadores na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos, e um quarto na Índia, sobem um ou mais quintis em comparação com os seus pontos de partida. A experiência representa 60% a 80% dos rendimentos ao longo da vida deste grupo móvel ascendente (contra 35% a 55% para aqueles cujos rendimentos se mantêm estáveis ou descem).
O relatório conclui que o capital humano constitui cerca de dois terços da média de valorização da pessoa e a experiência no trabalho contribui com metade desse valor, medido em rendimentos ao longo da vida. Segundo o relatório, a chave para a mobilidade ascendente dos trabalhadores é a mudança frequente de funções e os grandes passos realizados na carreira, que desenvolvem as suas competências. Num contexto de escassez de mão-de-obra, e numa altura em que milhões de pessoas questionam o que querem ganhar com o trabalho, o relatório tem implicações importantes para as empresas e para as pessoas.
A investigação analisou as métricas das empresas relacionadas com o desenvolvimento de talentos e viu que as pessoas que passaram pelas empresas com melhor desempenho acabam por ser mais móveis e com carreiras mais ascendentes.