No Lidl, a segurança das equipas continua a ser uma prioridade, mas sem esquecer a componente motivacional. Procuram criar uma proposta de valor diferenciadora para as suas pessoas e, do “outro lado”, esperam uma atitude positiva e proactiva.

 

Entrevista a Maria Román, Administradora de Recursos Humanos do Lidl Portugal

 

Num contexto ainda atípico, quais os principais desafios que o Lidl identifica para esta época de Natal, no que respeita à Gestão de Pessoas? Como se preparam para dar resposta a esses desafios?

A garantia do bem-estar das nossas equipas, em período pandémico, continua a ser, sem dúvida, um desafio neste Natal. A sua segurança é uma prioridade, mas sem esquecer, ao mesmo tempo, a sua motivação. Os nossos colaboradores ambicionam uma época natalícia o mais “normal” possível, pois todos nós estamos já cansados, após quase dois anos de pandemia.

Esta componente motivacional é habitual no Lidl, através de diversas iniciativas. Nesse sentido, temos desenvolvido projetos que respeitam as regras em vigor e pretendem ser precisamente uma mais-valia para os colaboradores, como é o caso do “Calendário dos Sonhos”, este ano na sua 2.ª edição, onde todos os dias, entre 1 a 24 de Dezembro, concretizamos o sonho de algumas das nossas pessoas, a pedido dos seus próprios colegas. Em 2020, na 1.ª edição, conseguimos concretizar os sonhos de 56 colaboradores, desde necessidades mais específicas até prendas de Natal como cabazes de artigos para bebé, cartas de condução, computadores portáteis ou viagens familiares. Este ano vão ser um total de 60 sonhos – dos mais básicos até viagens.

 

A época de natal é tipicamente uma época mais exigente para o sector do retalho. Notam mudança no comportamento de consumo das pessoas? Como compara com o ano passado e também com 2019? 

No Lidl, a loja física é o nosso único canal de compra em Portugal. Com o aparecimento da pandemia, houve um aumento da compra média por parte do cliente habitual, face a 2019, relacionado com um menor número de idas ao supermercado e com o facto de outros locais de consumo, como restaurantes, terem encerrado durante alguns períodos. 

Atualmente, podemos afirmar que estamos já numa fase de estabilização do consumo, com um regresso à normalização da compra média. Esperamos que a campanha de Natal seja o mais vantajosa possível, não só para o sector do retalho, mas também para a restauração, que tanto sofreu durante a pandemia.

 

Reforçaram as vossas equipas? 

Como é habitual no Lidl, nesta época natalícia, há um reforço das equipas nas operações – entreposto e lojas -, garantindo assim que continuamos a oferecer a melhor experiência de compra ao cliente nas nossas lojas. 

 

Onde e como recrutaram nesta época?

Através de campanhas de recrutamento com foco nas redes sociais - Linkedin, Facebook e Instagram; e em sites da especialidade/ de empregos. E as vagas de emprego que oferecemos estão sempre disponíveis no nosso site de carreiras.

 

Quais as vossas prioridades na escolha dos candidatos? O que valorizam? 

Procuramos pessoas que queiram desenvolver no Lidl a sua carreira profissional. Oferecemos contratos sem termo em todas as funções, assim como igualdade de oportunidades. Apostamos na promoção interna dos colaboradores, para que possam continuar a progredir connosco. 

Valorizamos o respeito mútuo, o espírito de equipa e de entreajuda, o dinamismo e a polivalência, assim como o foco na eficiência. Priorizamos ainda pessoas com experiência prévia no atendimento, que demonstram orientação para o cliente, com uma atitude positiva e proactiva e abertura para a mudança.

 

E qual a vossa perceção daquilo que os candidatos procuram? Nota diferença em relação a anos anteriores? 

Podemos confirmar aquilo que diversos estudos, publicações e até consultoras especializadas nos têm vindo a indicar. As pessoas estão mais abertas a novas possibilidades, mas existe, cada vez mais, uma seleção criteriosa por parte de todos os candidatos em relação às empresas onde equacionam trabalhar. 

Pode parecer clichê dizê-lo, mas a pandemia veio efetivamente fazer com que as pessoas valorizassem aspetos algo esquecidos, como a sua vida a nível pessoal, a sua saúde mental, a segurança e a estabilidade profissional ou ainda a felicidade no trabalho, através da aquisição de conhecimentos ou da gestão de projetos que façam sentido para a sociedade como um todo. Ou seja, cada vez mais notamos que os candidatos procuram empregos onde o fator económico tem algum impacto, mas principalmente querem estabilidade emocional, um elevado nível de realização pessoal e um bom equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. 

São nestes temas em que estamos a trabalhar, para que o Lidl seja uma referência para os nossos potenciais candidatos.

 

Que tendências perspetiva para a Gestão de Pessoas?

Temos de estar dispostos a estar cada vez mais atentos às necessidades dos nossos colaboradores/candidatos, criando propostas de valor que sejam diferenciadoras, de forma a trabalhar e garantir a atracção e retenção dos mesmos. Um exemplo claro desta tendência é o trabalho remoto, que era um aspeto de menor relevância há uns anos e, atualmente, em perfis de escritório, é um factor crítico na procura de um novo emprego. 

Outro fator importante é a garantia de transparência na gestão de carreira - criar transparência nos critérios que podem levar a uma promoção e ter um discurso muito honesto sobre os valores e competências que podem garantir o sucesso na organização. 

Por fim, outro aspecto fulcral é a coerência entre a proposta de valor que se oferece aos candidatos e o que encontram quando passam a integrar os quadros da empresa. 

Há, portanto, algumas mudanças naquilo que os candidatos priorizam numa empresa e temos de as percepcionar e trabalhar em função disso.

No Lidl continuamos a manter uma escuta activa, de forma a perceber melhor as necessidades dos colaboradores que estão connosco e daqueles que querem vir a fazer parte da nossa empresa.

 

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Maria Román

administradora de recursos humanos do lidl portugal