Um estudo realizado pela Randstad revela que mais de metade (52%) dos candidatos referem que o processo de recrutamento é mais difícil, comparativamente há cinco anos atrás. 



As empresas estão a testar cada vez mais as competências transversais, assim como as competências técnicas. Com base neste pressuposto, como pode garantir que o seu tempo de entrevista é o mais eficaz possível?



Deixe os estereótipos em casa

"Neste sector específico, poderão existir profissionais com experiência em grandes infra-estruturas, construção ou engenharia, tanto no sector privado como no sector público", diz Helen Paterson, Chefe de Contas Estratégicas da Randstad CPE.



"O trabalho do projecto é frequentemente muito semelhante, contudo, as percepções e os estereótipos antiquados relativamente aos candidatos do sector público ainda se mantêm, mesmo não correspondendo totalmente à verdade ou sendo até mesmo injustos."

 

Seja claro quanto às suas competências

"Planeamos as nossas entrevistas, tendo em consideração aquilo em que acreditamos serem as melhores características para o emprego," diz Kathryn Price, Sub-Directora Financeira do Grupo Spectrum Housing Group – a associação de habitação sedeada em Dorset que constrói e é responsável pela manutenção das casas e que trabalha com os residentes nas suas comunidades.



Kathryn Price diz: "poderá ser bem mais fácil contratar matemáticos tecnicamente competentes, mas acreditamos mais em contratar pessoas que nos desafiem e informem, sem reagir a decisões de negócios. São esses que podem dar uma melhor resposta a estes aspectos no processo de entrevista ao qual são submetidos".

 

Avalie o valor do perfil para a função

A dica que dá a entender que os candidatos devem esperar algo diferente, é o facto das funções comerciais da Spectrum serem denominadas 'parceiros financeiros de negócios', uma denominação com a intenção de desenvolver a conversa em torno deste tópico. Na Spectrum, todos os candidatos seleccionados realizam um teste de perfil e personalidade previamente à entrevista, o qual pretende identificar traços tais como a assertividade, competências inter-pessoais, se as possuem/controlam ou não. 



Price diz: "Para estes tipos de funções, estamos a competir com outros sectores, todos eles procurando os melhores profissionais. A análise do perfil não só nos ajuda a definir as melhores características para os nossos empregos, como também conferem um enquadramento e relevância ao processo de entrevista. Colocamos questões tais como ‘o que significa excelência na sua função?’ e o que respondem dá-nos muitas informações."

"Deve estar preparado para responder a questões minuciosas efectuadas pelo candidato"

Prepare-se para mudar de posição com o candidato

As entrevistas não são um processo unidireccional e a mudança de prioridades na sequência da recessão significa que deve estar preparado para responder a perguntas minuciosas efectuadas pelo candidato.



"Ao longo dos últimos anos, tornou-se cada vez mais comum os candidatos perguntarem o quão financeiramente estável é o empregador," diz o Director de Contas Estratégicas da Randstad CPE, Robert Beecham. "Por vezes, tem sido um aspecto mais importante que o salário."



Mas, mais do que isso, permitir que os candidatos assumam a liderança da entrevista, durante um curto período de tempo, pode fornecer uma valiosa visão das suas próprias motivações – o que esperam obter da função e da empresa. Pode também dar-lhe uma boa indicação de quão bem utilizam a sua iniciativa própria.

 

lembre-se deles para numa próxima oportunidade

"Recrutar bem, na verdade, significa rejeitar melhor", diz Beecham. "Aqueles que estiveram perto de ser recrutados podem na verdade ser bons activos para o seu negócio. É um desperdício rejeitar totalmente estas pessoas. O crescimento nos nossos sectores significa que poderá vir a precisar desta pessoa daqui a seis meses. É função do seu parceiro de recrutamento gerir a rejeição de modo a que os candidatos considerem novamente a possibilidade de vir a trabalhar na sua empresa."



A investigação efectuada por nós (Employer Branding Perception Is Reality 2013) sugere que cerca de 26% dos trabalhadores em todos os sectores, estão a ponderar mudar nos próximos dois anos, mas também identifica que as áreas da construção e engenharia são as que apresentam uma atractividade particularmente baixa.

Sugere que os trabalhadores destes sectores irão mudar muito mais do que os dos outros principais sectores do RU, uma vez que procuram empresas que, em última análise, satisfaçam as suas necessidades. O lado positivo é que provavelmente alguns ex-trabalhadores poderão querer voltar, depois de se aperceberem que nem tudo correu como esperado.



Mas existem muitas razões para que as pessoas deixem os seus empregos – e progridam no sentido de aumentar as suas competências técnicas e transversais. Uma empresa teria muito pouca visão se não conseguisse ver o benefício dessa experiência mais ampla e não considerasse contratá-los novamente.

 

Este artigo foi publicado pela primeira vez em : www.randstad.co.uk