As organizações têm uma necessidade crítica de abraçar a tecnologia, de ultrapassar a disrupção digital e de permanecerem competitivas num contexto empresarial que muda rapidamente. Contudo, segundo o estudo Workplace 2025: The Post-Digital Frontier, da Randstad EUA, muitas organizações ainda têm dificuldade em conquistar a fronteira pós-digital.
O estudo descobriu que a maioria das empresas (52%) ainda se encontra nas primeiras etapas da transformação digital (em desenvolvimento). Uma transformação completa envolve a implementação total de tecnologias digitais como a automatização, a inteligência artificial e as ferramentas de colaboração digital. Apenas 10% das empresas são consideradas superiores nos seus esforços para se transformarem digitalmente e estão a colher os benefícios.
Em comparação com as empresas em desenvolvimento, as empresas superiores têm:
- 28% mais probabilidade de reportarem um aumento nas receitas nos últimos 12 meses;
- 132% mais probabilidade de cumprirem objectivos empresariais;
- 159% mais probabilidade de terem sucesso nos esforços de cortes nos custos;
- 193% mais probabilidade de reportar um ROI positivo em investimento tecnológico;
- 69% de probabilidade de acreditar que é fundamental abraçar a transformação digital;
- 4 vezes mais probabilidade de se adaptarem a mudanças criadas por tecnologias digitais.
Analisando as melhores práticas e os melhores processos das empresas superiores, descobre-se um ponto em comum entre todas – um líder digital à frente da empresa. A revolução digital resultou em mudanças significativas para muitos empregos, assim como no aparecimento de novos cargos. Para além das competências técnicas e digitais, estas alterações incluem competências e comportamentos de liderança necessários para sobreviver no panorama pós-digital. As organizações precisam agora de depender de fortes líderes digitais para estimularem iniciativas digitalmente inovadoras.
Segundo colaboradores de todos os níveis, e de acordo com a pesquisa Workplace 2025, os líderes digitais do futuro devem:
- Ter a capacidade de manter as pessoas ligadas e envolvidas (76%)
- Ser ágil e digitalmente perspicazes no uso de ferramentas digitais para estimular o sucesso empresarial (77%)
- Incentivar uma cultura de inovação, aprendizagem e melhoria contínua (76%
- Gostar de correr riscos (60%)
Competências dos líderes de sucesso
Mas como podem as organizações identificar e desenvolver líderes digitais? Para responder a esta pergunta, a Randstad juntou-se à XBInsight, uma empresa de avaliação de talento e desenvolvimento de liderança, que, com base em avaliações feitas a cinco mil líderes de vários sectores, identificou cinco competências dos líderes de sucesso.
1 - Inspirar os outros: capacidade de manter as pessoas interligadas e empenhadas. Unir toda a organização com uma visão e uma direcção arrojadas e claras é essencial para atingir os objetivos de transformação digital.
Mas apenas 43% dos colaboradores concordam completamente que os seus empregadores tornaram a experiência do colaborador uma prioridade, e apenas 36% concordam completamente que os seus empregadores lhes comunicaram a visão digital geral.
2 - Potencializar a tecnologia: os líderes digitais eficazes devem ser pioneiros na utilização de ferramentas e inovações e devem esperar o mesmo dos seus pares do conselho de administração.
94% colaboradores concordam que “as inovações tecnológicas estão a influenciar o que é exigido num líder para que tenha sucesso”. Todavia, 27% descreve a utilização de capacidades digitais dos seus empregadores como estando “três a cinco anos atrás da curva”. E outros 45% afirmam que os seus “empregadores mantiveram-se a par, mas não são líderes digitais ou inovadores”.
3 - Encorajar a colaboração: à medida que a disrupção digital continua a alterar a forma como os negócios estão estruturados e operam, mais líderes se afastam das estruturas organizacionais tradicionais e hierárquicas para um modelo mais centrado em equipas e na partilha de conhecimentos.
81% dos colaboradores concordam que, no futuro, as redes irão substituir a hierarquia e os líderes farão parte da rede. E quase três quartos (72%) dos empregadores concordam completamente que “ter conhecimentos e competências excepcionais para a colaboração e o trabalho em equipa” é um traço fundamental para os futuros líderes digitais.
4 - Estimular a inovação: os executivos devem abordar as oportunidades e os problemas empresariais com curiosidade e mente aberta para gerarem ideias, soluções e oportunidades criativas. Devem estabelecer uma cultura de inovação, aprendizagem e melhoria contínua. Os líderes que conseguem estimular a criatividade e persuadir os outros a fazerem experiências ajudarão as organizações a encontrarem alternativas inovadoras para programas ultrapassados e sistemas antiquados.
Segundo o Wokplace 2025, apenas 37% dos colaboradores descrevem os seus empregadores como “líderes na inovação digital”.
5 - Gerir o risco: os líderes digitais devem livrar-se do medo de falhar. A liderança digital exige que se corram riscos saudáveis. Uma das principais competências relacionadas com os líderes inovadores é que estes têm uma classificação 25% mais alta na competência da gestão de risco, em comparação com os líderes não inovadores.
O Workplace 2025 baseia-se em dois projectos individuais programados e apresentados pelo Research Now: Employee Study and Employer Study.