Segundo dados divulgados pelo mais recente estudo europeu da Staples, os portugueses não estão contentes com o seu trabalho. O estudo indica que os trabalhadores de escritório em Portugal sofrem de “frustração vocacional”.
De acordo com o estudo da Staples, 92% dos portugueses sente-se frustrado em relação ao seu local de trabalho, muitos deles sentindo a necessidade de sair do ambiente de escritório, como resultado. Entre aqueles que não têm essa possibilidade, um em cinco (22%) acaba por procurar anúncios de emprego no LinkedIn, por algo melhor. Já 84% admite que pensa em mudar de emprego, enquanto um em dez pensa nisso constantemente.
A pesquisa revela que a mudança de empregos é frequente, prevendo-se que os trabalhadores tenham 11,7 empregos entre os 18 e os 48 anos. E é a expectativa de melhores condições no local de trabalho que deixa a maioria dos trabalhadores de escritório a considerar uma mudança de emprego. No entanto, quando estes mudam de empregador, muitos apenas experimentam uma alteração de curto prazo. De acordo com o estudo, um quarto (23%) fica frustrado no seu novo escritório logo nos primeiros seis meses.
O estudo destaca ainda uma relação importante entre as condições do escritório, as pessoas que o frequentam e a sua inclinação para se manter no emprego, com nove em dez (87%) dos trabalhadores de escritório a concordar que um local de trabalho funcional e atractivo encoraja a retenção dos trabalhadores. Para 87%, a qualidade do local de trabalho em si é um factor que contribui para a sua satisfação.
Sir Cary Cooper, especialista em Psicologia Organizacional da Alliance Manchester Business School, faz notar que «a forma como as pessoas são geridas - por elogios e reconhecimento em vez de atribuição de culpas -, uma carga de trabalho razoável e trabalho flexível, se necessário, bem como um local de trabalho de boa qualidade, são factores fundamentais para atingir satisfação no emprego. O ambiente físico é importante, não só porque torna a experiência no emprego gratificante, mas também porque diz aos trabalhadores que "nos importamos com vocês”», defende.
O estudo teve por base um inquérito online realizado a 7000 trabalhadores de escritório, numa amostra de trabalhadores de escritório de dez países europeus, incluindo: Reino Unido (2000), Alemanha (1000), França (500), Países Baixos (500), Suécia (500), Noruega (500), Espanha (500), Itália (500), Portugal (500) e Finlândia (500).