Com o período de férias a aproximar-se, faz todo o sentido falarmos do tão merecido descanso necessário para revitalizar o corpo e a mente, para nos prepararmos para mais um ano de desafios.
No entanto, nos dias que correm, nem sempre é fácil desligar e, mesmo em tempo de férias, podemos levar às costas o stress acumulado do trabalho.
Perceber os motivos que levam alguém a não conseguir desligar-se nos momentos de pausa não é tão fácil quanto parece. Hoje as ferramentas de trabalho acompanham-nos cada vez mais e estamos muitas vezes, literalmente, à distância de um smartphone. Aliado a isso, os trabalhos são cada vez mais exigentes e competitivos.
Intrínseco a este fator estão obviamente também associadas diferentes características de personalidade de cada um - se por um lado uns têm dificuldade em delegar e/ou querem sempre manter o controlo de tudo, por outro lado, outros há que com o receio de perderem o emprego ou de represálias, não conseguem dizer que não e mantêm a conexão com o trabalho.
Algumas pessoas, com o tempo, perdem inclusive a capacidade de abrandar e, por isso, estão continuamente aceleradas — daí que alguém habituado a conviver com o stress acha que tudo é urgente e perde com o tempo a habilidade para priorizar.
Com isto, coloca-se uma questão: terá o ser humano perdido a habilidade para descansar?
Faça da sua saúde mental uma prioridade, incluindo estas dicas no seu dia de trabalho
leia aquiO stress não vicia, mas deixa as pessoas doentes física e psicologicamente, no limite, entre outras patologias associadas ao stress negativo, podem entrar em depressão. Existe ainda a possibilidade de entrarem em situações de burn out, o que remete para a exaustão no trabalho. É urgente que este tema seja abordado pelo impacto negativo que tem na vida das pessoas.
Mais ainda, o stress afeta diretamente as relações, uma vez que deixa as pessoas menos pacientes, manifestando-se quando há mais tempo em comum. No dia-a-dia o sentimento é de que estão sempre a correr. Então, quando vão de férias, têm mais oportunidades para se confrontarem com a família, bem diferente do que acontece quando o ambiente é de calma e harmonia e se tira proveito do tempo de qualidade com família e amigos.
Uma grande parte das pessoas não consegue desfrutar das férias porque está habituada a um ritmo de vida muito acelerado e, consequentemente, têm níveis de stress elevados que nestas situações chegam a manifestar-se fisicamente, por exemplo com dores de cabeça ou má disposição física nos primeiros dias de férias. Daí que, aprender a gerir o stress e criar mecanismos que o permitam deve ser uma prioridade.
Aprender a parar exige treino e dedicação. Existem inúmeras boas práticas, e o mindfulness é apenas uma delas. A ideia é estar atento ao que se passa e não divagar, o que nos permite tomar consciência do que se passa ao redor, acalmar a mente e fazer escolhas mais acertadas.
Será que desligar é um exercício que nem todos conseguimos fazer? Siga estas dicas para ter umas férias sem trabalho!
explore aquiNeste contexto, existem dois tipos de práticas que facilitam o processo de desligamento. A primeira implica que a pessoa tire um momento do dia para prestar atenção ao corpo, sensações, emoções e pensamentos. Esta é uma forma de meditação que não passa pela reflexão, mas antes pela perceção direta do que se sente naquele preciso momento. É mais experiencial. É um treino mental.
A segunda, permite que a pessoa traga para o quotidiano o que aprendeu na meditação — e a aplicação não podia ser mais simples. Um exemplo: ao conduzir, prestar atenção ao caminho e não fazer as coisas em piloto automático ou, então, usar a atenção naquilo que o poderá acalmar: uma música ou uma fragrância que o remetam para uma memória positiva, são dois bons exemplos.
Dica para as férias: lembre-se que ninguém é insubstituível, pelo menos no trabalho. O mesmo não se pode dizer em casa, junto da família.
Boas Férias!