John M. O'Connor, coach há vários anos com experiência em serviços de carreira, defende a importância do outplacement. No site da Forbes, como membro do Forbes Councils, concretiza três razões que o explicam.
Quando ouvimos as palavras contratação, recrutamento e onboarding, o que nos vem à cabeça? Será que estas palavras têm uma conotação positiva ou negativa? É provável que impliquem algo positivo: um novo começo, uma nova aventura e talvez uma oportunidade. Agora, que tal as palavras restruturação, cortes, outplacement e despedimentos? O que é que estas palavras implicam para nós? Parece que algo está a terminar, como o nosso trabalho.
A maioria dos colaboradores e dos empregadores teme a expressão "cortes", a realidade dos despedimentos e o fim dos seus empregos. É desagradável, mas uma triste realidade do mundo do trabalho. Algumas relações de trabalho duram, mas para a maioria de nós terminam, principalmente no dia em que partimos. Tal como há casamentos no mundo do trabalho, também há divórcios.
Vejamos as considerações financeiras da contratação e do despedimento nos termos mais simples. Contratar um colaborador de nível médio custa frequentemente mais de 25% do salário médio do primeiro ano. Por outras palavras, um recrutador normal externo pode ganhar 25% de comissão ao encontrar um colaborador que a empresa contrata. Só por isso, os custos sobem mais de 25%. Os custos de outplacement devem estar na ordem dos 5% a 10% do salário do primeiro ano.
Será que a maior parte das empresas quer fornecer serviços de outplacement aos colaboradores que deixam a empresa? A resposta é, na maioria dos casos, não. Que casamento termina com um dos cônjuges a tentar prestar apoio extensivo ao ex, apesar do divórcio? Simplificando, as empresas têm a mesma resposta.
Então, como devem as empresas lidar com a saída de alguém e minimizar os danos colaterais que isso causa à empresa e ao indivíduo? Há muitas maneiras de as empresas lidarem com esta realidade sensível, mas algumas tornam o divórcio menos doloroso tanto para o colaborador como para a organização.
Aqui estão três razões por que as empresas devem investir na saída dos colaboradores em vez de os deixar ir sem ajuda:
Os seus colaboradores e ex-colaboradores são os seus melhores relações públicas
As empresas investem nas relações públicas e na comunicação para dar a conhecer os seus pontos positivos, os seus produtos, os benefícios do seu serviço e o seu compromisso para com a comunidade. Um dos "comunicados de imprensa" mais importantes que uma empresa pode ter é a forma como lida com um colaborador que sai.
Mesmo que os colaboradores assinem os seus acordos de despedimento, normalmente não se sentem satisfeitos por serem dispensados, independentemente das circunstâncias. Sentem-se zangados. Sentem-se chateados, envergonhados e confusos. No entanto, para as empresas que oferecem um bom acordo de despedimento e pagam meses de serviços de recolocação ou carreira, isto pode significar muito para alguém que precisa de apoio e ajuda a procurar um novo emprego.
Os seus ex-colaboradores falam uns com os outros
Investir nos colaboradores que estão de saída significa muitas vezes que se preocupam com eles, e também envia uma mensagem aos que ficam para trás na empresa: "Nós preocupamo-nos convosco do princípio ao fim.” Cria espírito de equipa entre os colaboradores actuais e mostra como respondem a algo negativo de forma positiva.
Os colaboradores que saem falam com os colaboradores actuais com quem muitas vezes ainda têm uma relação. Podem até sentir-se tentados a publicar opiniões no Glassdoor ou a servir de referência para a vossa empresa.
Investir no despedimento de colaboradores não significa descartá-los a baixo custo
Quando um divórcio acontece, por vezes a empresa quer sair, e quer fazê-lo sem investir. No mundo actual, há muitas escolhas automatizadas para conseguir um emprego e formas automatizadas de procurar emprego ou de usar o outplacement. Mas o que os executivos muitas vezes não têm em consideração é que o processo pode ser difícil. O processo de despedimento pode ser emocionalmente desgastante, financeiramente difícil e duro para qualquer pessoa, a qualquer nível.
Independentemente do modo de prestação de serviços para os colaboradores que saem, as empresas não devem fazer questão de cortar uma relação, mas sim de a encarar como um investimento numa relação contínua.