O projecto no qual estou a trabalhar tem a duração de três meses e, na Tanzânia, esse período garante quatro dias de férias. No passado dia 14 de Outubro foi feriado mas, como foi domingo, a VSO encerrou os escritórios no dia 12, sexta-feira.
Assim, aproveitei uma semana de férias para ser turista, no país que me acolhe. Como estou em Iringa, uma região interior e um pouco fria, a escolha pareceu-me simples: Zanzibar! Tive que fazer uma viagem de autocarro, entre dez a onze horas, até Dar es Salaam ,e no dia seguinte, cheguei a Zanzibar, de ferry.
Estive em Stone Town e ainda tive oportunidade de viajar pela ilha e diferentes baias.
Partilho alguns dos momentos:
Stone Town
Page
Dongwe
Kae Funk
Blue Safari
De regresso a casa na estação de autocarros em Dar es Salaam
Além destas imagens, gostaria ainda de partilhar algumas curiosidades da Tânzania que, entretanto, descobri:
Música - Os tanzanianos adoram baladas românticas. Parece que uma das artistas de eleição é Celine Dion. É muito frequente ouvir as suas músicas em cafés, restaurantes e hotéis mas, as Spice Girls também parecem ser (novamente?) uma tendência.
Falta de compromisso – É fácil notar que não existe compromisso com o trabalho. Os locais não sentem essa obrigação para com o negócio ou as chefias. Uma colega, que está em Iringa há cerca de dois anos, explicou-me que, por vezes, os colaboradores pedem, além do salário acordado, um género de compensação, apenas por aparecerem ao trabalho. Este “subsídio” é diário. Além disso, quando alguma familiar está doente ou morre, desaparecem por duas ou três semanas sem qualquer aviso.
Sem limites para telefonar – É comum as pessoas ligarem a horas tardias que, pelo menos eu, não estou habituada. Por exemplo, lembram-se de algo e ligam no mesmo momento a outra pessoa, mesmo que sejam 4:00 ou 5:00 da manhã. Para mim, o mais incrível, é que ficam verdadeiramente aborrecidos e até incomodados porque a outra pessoa não atendeu ou retomou a chamada nos minutos seguintes.
PME – Grande parte das empresas de criação de animais é detida por mulheres. Normalmente, as mulheres precisam de ficar em casa para tratar de tarefas domésticas e cuidar dos filhos. Dessa forma, torna-se mais fácil gerir um negócio que esteja perto e de fácil acesso.
Social media – A principal rede utilizada é o Instagram, muitas pessoas não têm conta de Facebook e o Twitter, por exemplo, não é muito conhecido.
“Emprego de Mulheres” – Nas diferentes viagens que fiz, até agora, reparei que há muitas mulheres-polícia sinaleiras. Em conversa com um colega local, ele explicou-me que, relativamente a cargos de função pública, as mulheres apenas exercem funções nas quais não seja exigido esforço físico. O meu colega deu-me ainda o exemplo de varredor(a) de rua.
Vinho – Estou fascinada com a quantidade de variedade de vinho produzida na região. São utilizados diferentes ingredientes, que eu não tinha noção ser possível. Podemos encontrar vinho de: banana, alecrim, tomate ou mistura de alguns frutos como papaia e ainda hibiscos. Confesso que ainda não experimentei nenhuma destas variedades.
Casas com X - Em viagem notei que, algumas casas à beira da estrada, têm um “X” desenhado nas paredes. Finalmente em Zanzibar, um taxista explicou-me o motivo. As casas devem estar a mais de 30 metros da estrada. No entanto, algumas pessoas constroem mais perto e, o governo, sinaliza essas mesmas casas com a marca de um “X”, nas paredes exteriores. Este sinal serve para identificar as casas que devem pagar uma percentagem mensal ou anual ao Governo, por utilizarem um espaço que, supostamente, não é permitido. Adicionalmente, caso o Governo decida alargar as estradas, as pessoas serão obrigadas a demolir as respectivas casas.
3 meses na primeira pessoa
3 meses na primeira pessoa é um blogue escrito pela Isabel Relvas Ferreira, senior manager da Randstad Portugal. Uma experiência que é partilhada de uma forma muito pessoal, revelando assimetrias mas também o verdadeiro potencial do ser humano.
A Isabel integrou um programa de voluntariado internacional através da parceria entre a Randstad e a VSO (Voluntary Service Overseas). Estará na Tanzânia durante 3 meses (setembro a dezembro 2018) como Marketing Advisor inserida no programa T-LED (The Tanzania Local Enterprise Development), a dar apoio a Pequenas e Médias Empresas.
A VSO é uma ONG com a missão de “Um mundo sem probreza”. Tem parceria com diferentes empresas, nomeadamente com a Randstad, há cerca de 14 anos, que possibilita aos colaboradores prestarem um serviço de voluntariado internacional de acordo com a sua área de especialização.
Mais informações sobre a VSO https://www.vsointernational.org/
O T-LED apoia PME para um crescimento económico sustentado e de igualdade de género. A maioria das empresas é do sector Agro e detida por mulheres. Mais informação sobre T-LED project em http://www.t-led.co.tz/