De acordo com a pesquisa Global Tech Trends 2022, da Equinix, 62% dos decisores de Tecnologias de Informação (TI) reconhecem que a escassez de talentos neste sector é um dos principais desafios para as empresas.
Neste sentido, os 2900 participantes nesta pesquisa confirmaram que a velocidade de transformação da área das tecnologias dificulta a procura de colaboradores com as habilitações certas para responder aos desafios atuais e futuros.
As preocupações mais comuns, identificadas por 44% dos inquiridos a nível global, prendem-se com a retenção dos talentos existentes (57% em Portugal) e com o facto de muitas pessoas se candidatarem a funções para as quais não possuem competências específicas (36% em Portugal).
A nível global, as funções de tecnologia mais requisitadas são:
- técnico de TI (27%)
- computação na nuvem (26%)
- IA/machine learning (26%).
No que respeita a handicaps em termos de habilitações, os mais evidenciados são:
- análise de dados (21%)
- proteção de dados (21%)
- desenvolvimento de software de segurança (19%)
- análise de segurança (18%).
Além disso, os líderes da área de TI antecipam que estas lacunas em termos de habilitações irão manter-se no futuro, principalmente no caso da IA/machine learning.
Em resposta à escassez de habilitações específicas, muitas empresas esforçam-se por requalificar pessoas vindas de outras áreas. De facto, 62% dos inquiridos disseram que procedem à requalificação de profissionais de áreas semelhantes; ao mesmo tempo que 34% dos inquiridos tentam reforçar a sua força de trabalho recrutando em sectores não relacionados. Face às recentes reduções de pessoal e licenças verificadas no sector, muitas pessoas a tentam melhorar as suas habilitações e carreiras e, por isso, as empresas de tecnologia que oferecem oportunidades de formação e desenvolvimento podem estar mais bem posicionadas para atrair talentos.
As origens mais comuns dos profissionais requalificados em Portugal são as áreas relacionadas com a administração e apoio empresarial (36%), finanças e seguros (32%), assim como as pessoas que regressam ao trabalho após um período de ausência (28%). Estes profissionais requalificados tendem a ajudar as empresas em Portugal a preencher as lacunas de habilitações tecnológicas, trabalhando em funções de técnico de TI (57%), desenvolvimento de software de segurança (36%) e computação na nuvem (32%).
Entretanto, as empresas também procuram recrutar recorrendo a programas ligados ao ensino superior e a estágios. Os líderes de TI em Portugal afirmaram que as principais formas de parceria com instituições de ensino superior incluem a oferta de estágios a estudantes (38%), parcerias em programas de formação de graduados (32%), programas de formação colaborativa com instituições de ensino superior (25%) e participação em feiras de carreiras de faculdades/universidades (20%).