Equipas envolvidas esforçam-se mais, trabalham melhor, são mais inovadoras e podem aumentar o valor da empresa até cinco vezes comparadas a equipas desmotivadas. Mas por que é que é tão difícil assegurar o talent engagement? 

A Llorente & Cuenca Portugal destaca que o engagement vai além da satisfação, envolvendo uma ligação emocional entre profissional e empresa. Identificou ainda oito tendências com impacto direto nas empresas e nos seus negócios: 

1. People analytics: a necessidade de obter feedback constante

Conhecer o talento que uma empresa tem é um dos elementos que mais afetam a gestão de pessoas e das suas expectativas. Como em qualquer área de negócios, o que não se mede não se pode gerir. Por isso, é crucial priorizar esta prática também no que diz respeito ao talento. 

Mais do que fazer inquéritos de satisfação anualmente, as empresas devem começar a preocupar-se cada vez mais conhecer as suas pessoas. Uma avaliação contínua oferece aos gestores uma visão em movimento, em vez de imagens estáticas e distantes no tempo, permitindo decisões antes que seja tarde demais.

Assim, considere obter todos os dados possíveis sobre os seus profissionais, para ficar na posição de tomar decisões fundamentadas e ter um painel de instrumentos que lhe dê informação válida.

2. Gig economy: um ambiente de “empregos de biscates”

Novas formas de trabalho estão a surgir, tornando a relação entre profissionais e empresas mais pontual, focada em projetos. Garantir que esses profissionais se envolvam com a cultura da empresa e alinhem-se aos seus valores será um grande desafio. 

Quanto mais profissionais trabalharem de forma não exclusiva, maior será o esforço necessário para fortalecer a cultura da empresa. E assegurando não só uma relação profissional satisfatória, como uma experiência de colaborador plena e transparente.

O mercado do trabalho e as melhores práticas para aumentar o engagement 

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3. Pós-diversidade: ver a diversidade como ferramenta de captação

O conceito de talento pressupõe a promoção da diversidade, por uma questão de competitividade e eficácia no mercado, para além das razões éticas e morais. É uma exigência social cada vez mais urgente, à qual as empresas, enquanto agentes sociais de máxima relevância, devem dar resposta.

Além disso, uma empresa que promove a diversidade é uma empresa mais criativa e mais solvente. Estudos comprovam também que a diversidade influencia positivamente a capacidade de inovação das empresas. É, portanto, uma vantagem competitiva. Deve por isso ser promovida e valorizada como elemento de orgulho de pertença e afirmação de employer branding.

4. Microlearning: proporcionar formação flexível para capacitar carreiras personalizadas

As novas modalidades de formação tendem a seguir um modelo de microconteúdos hiperespecializados, afastando-se dos modelos tradicionais pelos quais toda a gente passou na vida académica. Com projetos cada vez mais variados e desafiantes, os profissionais precisam de informação prática e personalizada. Essa abordagem permite-lhes crescer rapidamente, melhorar o desempenho e aumentar a empregabilidade. 

O microlearning parece ser a tendência dominante neste âmbito, sendo outra forma de potenciar o engagement e a retenção. As novas tecnologias permitem aos profissionais assumir o controlo da sua evolução, personalizando a carreira e direcionando-a conforme os seus objetivos em cada momento.

5. Employee advocacy: profissionais como construtores da reputação e employer brand

Trata-se de tornar os profissionais embaixadores das respectivas empresas, especialmente nas redes sociais. O profissional de uma empresa é o agente com maior credibilidade para falar daquilo que dentro dela acontece. Para fortalecer o employer brand, as empresas devem informar, assegurar o bem-estar e capacitar os colaboradores, tornando-os protagonistas na construção dessa imagem.

O ideal é começar com um programa-piloto envolvendo um grupo pequeno de profissionais. Após a formação, estes podem atuar como porta-vozes, os mais credíveis e autênticos que uma empresa pode ter.

 

Vê como as pessoas são o ativo mais importante da organização

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6. Employee experience: aperfeiçoar as interações do talento com a empresa

A employee experience vai além do engagement, exigindo atenção a todas as interações entre o profissional e a empresa, desde a entrada até à saída. Deve ser concebida com o mesmo cuidado dedicado à customer experience.

Neste âmbito, os fatores fundamentais são: desenvolvimento profissional; as relações de equipa; a cultura da empresa; o ambiente de trabalho e o reconhecimento. Os millennials procuram empresas que lhes apresentem uma experiência apelativa.

A employee experience vai além do engagement, exigindo atenção a todas as interações entre o profissional e a empresa, desde a entrada até à saída. Deve ser concebida com o mesmo cuidado dedicado à customer experience.

7. Hipertransparência: portas de vidro como ferramenta de atração e retenção

Numa era em que o acesso à comunicação e informação é imediato, os colaboradores esperam ser informados clara e diretamente sobre tudo aquilo que acontece na empresa. Uma das melhores formas de atrair e reter talento na empresa é inspirar confiança, algo que resulta, necessariamente, de uma comunicação totalmente aberta, tanto interna quanto externamente.

Uma política de transparência interna incentiva os profissionais a desenvolverem-se sem receio de expressar opiniões, serem autênticos, darem o melhor de si e até cometerem erros. Isto é fundamental para promover o engagement e fidelizar o talento.

8. Inteligência artificial (IA): soluções que permitem centrar no valor acrescentado

A inteligência artificial, a robotização e a automatização, que já são uma realidade, têm e terão um peso cada vez maior na organização do trabalho. Embora algumas funções deixem de existir, a disrupção digital está a criar novas e continuará a gerar outras ainda desconhecidas. As próximas gerações no mercado de trabalho, especialmente os centennials e alphas, estarão mais preparadas para essas funções.

As empresas devem investir em bots ou assistentes virtuais para simplificar procedimentos repetitivos e confusos. Isso elimina tarefas de pouco valor, permitindo que os profissionais foquem em atividades mais impactantes.

A inteligência artificial promete revolucionar a employee experience, destacando duas tendências principais. O futuro do trabalho será humanista, focado em capacidades como criatividade e comunicação, e não apenas digital. Além disso, empresas que investirem na experiência do colaborador irão fortalecer o orgulho de pertença. Num cenário de talento líquido, onde se 'luta' pelo melhor talento, será essencial equiparar a experiência do colaborador à do cliente."

Estas são apenas algumas das várias questões que irão influenciar o futuro imediato das empresas no que respeita à sua capacidade para atrair e reter talento.

Vê como a experiencia do colaborador conta mais que números 

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