futuro do trabalho: marque tdi

Este mês estivemos à conversa com João Martins, Head of HR da Marque TDI - Domino Portugal. Sempre soube que queria trabalhar com pessoas e para pessoas e por isso, a carreira na área dos Recursos Humanos surgiu naturalmente. Nesta entrevista, revelou-nos as iniciativas em que aposta, para promover o bem-estar dos seus colaboradores, e quais as competências que acha que devem ser mais valorizadas atualmente.

Entrevista a João Martins, Head of HR da Marque TDI - Domino Portugal.

O que queria ser quando fosse grande? E o que o motivou a entrar na área de recursos humanos?

Desde cedo, soube que queria trabalhar com pessoas. Todas as decisões que tomei, tanto no âmbito pessoal quanto profissional, trouxeram-me por um caminho onde o tema "pessoas", o seu acompanhamento e desenvolvimento, fizeram sempre parte do meu dia-a-dia. A motivação para entrar na área de recursos humanos surgiu naturalmente, como uma extensão do meu desejo de contribuir para o crescimento e bem-estar das pessoas dentro das organizações.

O que destaca como as experiências mais marcantes do seu percurso profissional? Quer pela positiva, quer pela negativa.

Tive a sorte de trabalhar com pessoas brilhantes, de diferentes contextos e vivências, o que enriqueceu muito a minha bagagem profissional. Estas pessoas nunca hesitaram em apostar em mim e permitir-me oportunidades para crescer. Creio que não as terei desiludido. De negativo, diria que não tenho nada a destacar. Acredito que tudo depende da forma como olhamos para as situações. Até mesmo as experiências que nos parecem à partida negativas podem na verdade transmitir algo de valioso. Houve alguém que, em tempos, me disse: "aprendemos sempre, mesmo que seja o que não fazer". 

Quais são os principais valores e princípios que guiam a estratégia de recursos humanos da Marque TDI - Domino Portugal? E com quais se identifica mais?

A Marque TDI – Domino Portugal faz parte de um grupo multinacional com um forte foco em recursos humanos. Nas fundações dessas políticas, temos cinco valores principais, representados pelo acrónimo CLEAR: Collaboration, Listening, Expertise, Ambition, Responsibility. Todos esses valores são essenciais para trabalhar em RH, mas eu diria que a colaboração e a responsabilidade são particularmente importantes para mim. A colaboração, na medida em que o trabalho em equipa é a base para qualquer sucesso e nos permite aumentar o espectro da nossa visão face a uma situação ou problema, desafiando-nos a alcançar melhores e mais completos resultados, e a responsabilidade porque precisamos de ser exemplos e responsáveis pelas nossas ações e decisões. Naturalmente, o ‘listening’, é condição sine qua non nesta área. Não só aqueles para quem nós desenhamos as políticas e processos, mas também aqueles que as aprovam. É importante ouvir e analisar, para depois desenhar e adaptar as nossas iniciativas de forma eficaz. 

Que tendências e desafios espera para o futuro do setor?

O futuro deste setor está repleto de desafios e oportunidades. A adaptação às novas tecnologias, em particular a Inteligência Artificial, será crucial. Além disso, a gestão de uma força de trabalho cada vez mais diversificada, em que a segmentação das iniciativas exigirá deste setor um esforço redobrado para identificar as suas necessidades e agir sobre elas atempadamente. Enfrentamos também dificuldades na procura de talentos num mercado que se apresenta cada vez mais insuficiente para atender às necessidades crescentes das organizações. Por fim, a criação de ambientes de trabalho inclusivos e a promoção do equilíbrio entre vida profissional e pessoal serão tendências importantes que moldarão o setor.

Segundo a última edição do nosso estudo Randstad Employer Brand Research, lançada no mês passado, dois dos critérios mais importantes para os portugueses, na escolha de um empregador são o ambiente no trabalho e o equilíbrio profissional-pessoal. A Marque TDI - Domino Portugal promove algum tipo de iniciativas para promover o bem-estar dos colaboradores? Se sim, quais?

Sim, a Marque TDI - Domino Portugal promove diversas iniciativas para o bem-estar dos colaboradores. Inicia-se na utilização de ferramentas como o eNPS (Employee Net Promoter Score) e as Town Halls. O primeiro serve fundamentalmente para auscultar a nossa equipa. Isto permite-nos medir a sua satisfação com as práticas da organização e direcionar ou redirecionar esforços. É uma ótima ferramenta para nos situar. Sobre o segundo, estes representam fóruns, nos quais se procura manter a comunicação aberta e transparente. Ambas as iniciativas se complementam, o que permite o desenho customizado de ações voltadas para o bem-estar dos nossos colaboradores.

Um dos grandes temas do momento é a Inteligência Artificial. E embora apenas 4% da força de trabalho sinta atualmente algum tipo de impacto da IA no local de trabalho, mais de metade dos trabalhadores prevê algum impacto da IA no seu trabalho nos próximos cinco anos. A Marque TDI - Domino Portugal já tira proveito desta nova tecnologia? Se sim, como?

Acredito que esta será mais uma ferramenta que nos permitirá redirecionar os nossos esforços, focando em atividades que nos dão mais prazer e consomem muito tempo. Nos últimos anos, várias ferramentas têm surgido com este propósito, promovendo o desenvolvimento das organizações, a tomada de decisão baseada em dados, a redução de perdas e o aumento da eficiência.

Contudo, percebo que as organizações e suas pessoas se estão a mover muito cautelosamente e a velocidades muito distintas. Mesmo assim, já podemos sentir o impacto dessas aplicações nas nossas atividades diárias, seja através da geração de textos, imagens ou vídeos, ou outras.

Na nossa empresa, estamos a analisar formas de otimizar processos com a implementação deste tipo de ferramentas, procurando sempre precisamente melhorar os nossos processos e, por fim, a nossa eficiência.

Quais são as competências e skills que acha que devem ser mais valorizadas nos dias de hoje?

Diria que a adaptabilidade é uma competência fundamental nos dias de hoje. A capacidade de se ajustar a diferentes contextos, tecnologias, pessoas e as suas formas de pensar é crucial. Além disso, as competências de comunicação, de pensamento crítico e colaboração são extremamente importantes. Além disso, num Mundo em que a mudança é a única certeza, a capacidade de aprendizagem é uma vantagem competitiva que é, e continuará a ser, valorizada em contexto profissional.

Tem alguma máxima que o "guie" no seu dia-a-dia?

Tenho alguns ‘mantras’, sim. No entanto, gostaria de destacar dois, que me têm ajudado a navegar ao longo destes anos e que me permitem nortear as minhas ações. O primeiro é ‘ouvir é sempre o primeiro passo para entender’ e o segundo é ‘integridade é fazer a coisa certa, mesmo que ninguém esteja a ver’. Qualquer um destes ajuda a descrever a forma como me apresento no trabalho e na vida. E é desta forma que pretendo continuar a desenvolver a minha atividade, com pessoas, para pessoas.