Este mês estivemos à conversa com Daniel Silva, diretor de Recursos Humanos da Ascendi. Durante a sua juventude, ponderou ser jogador profissional de hóquei em patins mas foi na área dos Recursos Humanos que fez carreira, contando já com duas décadas de experiência. Nesta entrevista, revelou-nos quais foram as principais aprendizagens que destaca ao longo do seu percurso profissional e quais os temas que considera prioritários no que toca à Gestão de Pessoas.

 

Entrevista a Daniel Silva, Diretor de Recursos Humanos da Ascendi

Man standing next to the kitchen counter top, looking at his phone.
Man standing next to the kitchen counter top, looking at his phone.

O que queria ser quando fosse grande?

Pratiquei hóquei em patins toda a minha juventude e, durante algum tempo, tive a ambição de ser jogador profissional, mas com o tempo, percebi que essa não seria a melhor opção porque não me permitiria ter um percurso profissional com a longevidade que eu desejava e, também, tive a consciência que talvez não tivesse o talento suficiente para ser um dos melhores.  

 

O que destacaria em cada fase do seu percurso profissional? Quais as principais aprendizagens?

Acho que se formos suficientemente atentos ao que nos rodeia, quisermos assumir riscos, causar impacto e fazer a diferença nas pessoas e organizações onde estamos, estaremos sempre a aprender e a evoluir, portanto é difícil destacar as principais aprendizagens. De qualquer forma, ao longo da minha carreira na área de Recursos Humanos e tendo passado por cargos técnicos, de gestão e direção, destacaria como grandes aprendizagens a importância da empatia, de disponibilizar tempo para ouvirmos e percebermos o outro, fundamental para tomarmos as melhores decisões; a importância de sermos generosos com quem nos rodeia, sobretudo com quem connosco trabalha diretamente, liderar é servir e fazer dos outros melhores pessoas e melhores profissionais, fazer crescer e desenvolver pessoas deve ser um dos nossos propósitos; a importância da transparência e da ética na nossa atuação, pode parecer óbvio mas nem sempre é fácil num contexto cada vez mais exigente e volátil; a importância de sermos positivo, de procurarmos a solução, de termos espírito aberto à mudança, tudo pontos fundamentais para sermos bem sucedidos.

 

Quais são os principais valores e princípios que guiam a estratégia de recursos humanos da Ascendi? E com quais se identifica mais?

A estratégia de RH da Ascendi passa por sermos um parceiro estratégico do negócio, suportando e impactando direta e positivamente nos objetivos da empresa, através de uma gestão integrada de recursos humanos, que promova a sustentabilidade futura da organização assim como o desenvolvimento profissional e o bem-estar das nossas pessoas. Obviamente que isto não se faz sem um plano estratégico alinhado com o negócio, mas, também não se faz, sem estarmos completamente alinhados e comprometidos com os valores que nos caracterizam e que devem estar na base de todas as nossas políticas e processos. Nas Ascendi destaco desde logo um forte espírito de equipa, a postura ética e de confiança para com todos os nossos stakeholders, num ambiente que promove a inovação e a criatividade, que garante a segurança das nossas pessoas e equipas, com uma forte orientação para o cliente e para a sustentabilidade dos nossos negócios.

podcast #everydayhero

Não perca um episódio! Fique atento ao nosso podcast para insights sobre o mercado de trabalho, tendências de recrutamento e a opinião de vozes experientes.

oiça aqui

Que tendências e desafios espera para o futuro do setor?

O futuro do sector infraestruturas rodoviárias é desafiante, mas irá seguramente oferecer inúmeras oportunidades de crescimento para as empresas que melhor se preparem. Com a aproximação do fim dos prazos das concessões na próxima década, um dos desafios será encontrar o modelo ou modelos de negócio que irão suportar todos os serviços associados às diferentes operações nas infraestruturas rodoviárias das empresas do sector.

A segurança rodoviária é, também, um desafio contínuo e uma tendência importante no setor das infraestruturas rodoviárias, portanto, em consequência, a implementação de tecnologias avançadas de prevenção, novas medidas de segurança e o investimento em campanhas de sensibilização são fundamentais para melhorar a segurança nas estradas e reduzir o número de acidentes e vítimas. A digitalização e a tecnologia também irão desempenhar um papel fundamental no setor, criando oportunidades significativas para melhorar a gestão, a eficiência e a segurança das estradas. Sistemas de gestão de tráfego avançados, ferramentas de manutenção preditiva, aplicações móveis ou plataformas online que suportem os condutores são alguns exemplos de como a tecnologia é e será cada vez mais um driver fundamental para o desenvolvimento futuro do setor, esperado que as infraestruturas rodoviárias se tornem cada vez mais inteligentes e integradas com soluções digitais avançadas. Por fim, mas não menos importante, a criação de modelos de negócio mais sustentáveis, nomeadamente na redução da pegada de carbono associada assim como o foco na preservação da biodiversidade e proteção dos habitats naturais que envolvem as infraestruturas rodoviárias são um desafio, mas também uma prioridade para as empresas do sector.

 

Quais são os temas que considera prioritários no que toca à Gestão de Pessoas?

São vários os temas que me parecem críticos atualmente no que diz respeito à gestão de pessoas mas destaco quatro que me parecem fundamentais. Desde logo, num contexto de grande dinâmica do mercado de trabalho penso que, mais que a retenção que tanto se fala, é a gestão de conhecimento interno que me parece fundamental assegurar por forma a que a elevada mobilidade de profissionais que assistimos nos dias de hoje (e que do meu ponto de vista é, em parte, estrutural porque há uma mudança de paradigma na forma como as novas gerações encaram o trabalho) cause o menor impacto possível às organizações, equipas e negócios; a capacidade para identificar de uma forma cirúrgica o potencial dentro da organização nos seus diferentes layers, desenvolver esse potencial e dar as oportunidades certas de evolução profissional torna-se, hoje em dia, fundamental para assegurarmos a sustentabilidade futura das organizações; a Liderança é sempre um tema incontornável, tempos exigentes e complexos exigem lideranças fortes, que mobilizem, agreguem, que desenvolvam, que criem visão e alinhamento nas equipas para que seja possível concretizar os objetivos organizacionais; o bem estar no trabalho e a promoção de ambientes de saudáveis, diversos e inclusivos são cada vez mais temas com o quais as organizações se devem preocupar e trabalhar de um forma sincera e comprometida se quiserem ter os melhores profissionais.

 

Segundo a última edição do nosso estudo Workmonitor, 46% dos profissionais que não trabalham em escritórios afirmam que a flexibilidade é importante, se não mais importante, do que o seu salário. A Ascendi tem adotado algumas estratégias de forma a dar mais flexibilidade aos seus colaboradores?

Na Ascendi acreditamos que o bem estar dos nossos colaboradores é chave para o sucesso da organização. Tendo esta premissa como base torna-se claro que a flexibilidade que proporcionamos às nossas pessoas é um dos pontos mais relevantes da nossa proposta de valor enquanto empregador. Ao longo do tempo a Ascendi desenvolveu uma estratégia de flexibilidade no trabalho que abrange todos os nossos colaboradores e, que se corporiza, de diferentes formas consoante a aplicabilidade aos diversos grupos funcionais: desde a política de teletrabalho, passando pela política de horários flexíveis, a política de troca de turnos para elementos com funções operacionais, os horários a tempo parcial, a flexibilização da marcação dos períodos de férias, passando pelas plataformas de vantagens que os nossos colaboradores podem usufruir, entre outras, são exemplos de medidas muito valorizadas internamente e que visam promover uma maior flexibilidade no trabalho às nossas pessoas.

 

Dentro da vossa estratégia de recrutamento, recorrem a empresas especializadas? Porquê?

Sim, sobretudo quando a complexidade dos perfis exige uma abordagem mais profunda e abrangente de pesquisa no mercado e, para a qual, as empresas de recrutamento especializado estão mais preparadas para dar uma melhor resposta em qualidade e rapidez.

 

Tem alguma máxima que a/o "guie" no seu dia-a-dia?

Trabalho todos os dias de uma forma sincera para impactar positivamente nas pessoas que me rodeiam e para aportar valor para a minha organização, foi com esta máxima que construi o meu percurso até hoje e é com ela que continuarei o meu caminho!

 

entrevista a:
this is a man
this is a man

daniel silva

diretor de recursos humanos, ascendi