“Use o coração para cada coração”
Hoje é o Dia Mundial do Coração e este é o lema deste ano.
O coração é o primeiro e o último sinal de vida, o único órgão que conseguimos ouvir e sentir. O desafio é olhar para ele com o “coração”, e tomar as decisões certas, para o proteger, para o escutar, antes que dê sinais de cansaço.
O mote deste ano é que consigamos agir com bravura e com generosidade para ajudar também os outros e que a causa se torne uma causa comum.
As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade em Portugal e no mundo. A mudança desta situação, dizem-nos as evidências científicas, está relacionada com a adopção de novos estilos de vida, que efectivamente podem reduzir esta mortalidade.
Há pequenas alterações que podemos introduzir e que têm impacto direto; a conciliação entre a vida profissional e pessoal é essencial, assim como a forma como gerimos a nossas emoções ao longo do dia, a introdução de práticas que nos ajudem a lidar com o stress e a evitar essa sobrecarga, nomeadamente, garantindo que há espaço para o descanso e para o desligamento depois de um dia de trabalho, e que sabemos parar.
Atrevo-me a dizer que “quem não é para descansar, não é para trabalhar”, pois é crucial criar espaço para que corpo e mente se regenerem e ganhem nova energia!
Ao longo do dia devemos fazer pequenas pausas, garantir que temos por perto alimentos saudáveis, levando, por exemplo, lanches saudáveis para o trabalho, beber água e evitar bebidas com açúcar ou produtos com demasiado sal; uma boa alimentação tem influência no nosso bem-estar e na nossa produtividade.
Que consigamos começar por nós, sendo um exemplo para que outros sintam o ímpeto de mudar, o Dia Mundial do Coração é uma oportunidade para que possamos refletir sobre a melhor forma de usar o nosso coração a favor do planeta e do bem-estar coletivo, porque afinal tudo e todos estamos interligados, e, ao cuidar dele, estamos a colocar a energia no lugar certo.
Esta semana li numa publicação de Eduardo Sá (psicólogo clínico e psicanalista), algo que gostaria de deixar aqui partilhado, que fala sobre afinar o coração:
“Se fosse capaz, eu gostava era de ser afinador de corações. Como um afinador de pianos, claro. Mas para melhor! Desde que tivesse, como ele, a sagacidade de “apanhar” as mínimas notas fora do lugar. [...] Diabos me levem se o coração não é uma garagem! Daquelas onde se guardam o bem-querer e os desperdícios todos. [...] E, já sem desafinados, escutar o mi do coração. E, com as notas no lugar, apanhar todos os seus sopros.”
O convite que vos faço, no dia de hoje, é que escutemos em silêncio o nosso coração, como quando estamos a ouvir uma música, e que comecemos a colocar as notas no seu lugar. Cada um de nós deve escutar o seu mi e o mi dos outros, da sua família, dos seus amigos, de um colega, e apanhar todos os seus sopros, para que, como numa orquestra, todos estejamos afinados.
Comecem hoje por algo simples, como uma pequena caminhada na hora de almoço, ou ao final do dia. Cada momento conta, e o nosso coração não pára. Não pode parar.
Por cada um de nós, pelos outros!
Tenham um dia de coração feliz.