No actual mercado global hipercompetitivo, a pergunta “Qual o valor de ser um empregador respeitado?” é importante, já que as empresas procuram talento de qualidade para inovar, fazer crescer as receitas e acelerar a transformação digital.

 

Como qualquer líder de Gestão de Pessoas sabe, ter um pacote de compensações competitivo chama a atenção dos candidatos desejados, mas factores intangíveis como ter um bom employer brand pode ajudar a ultrapassar a concorrência.

Sabemos isto ano após ano graças ao Randstad Employer Brand Research – um inquérito global a mais de 200 mil adultos em idade activa e de 32 países – que nos indica que o dinheiro não é o único factor que torna um empregador atractivo. Embora seja o mais importante, outros critérios como um bom equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, estabilidade profissional e um bom ambiente de trabalho têm o seu papel na escolha de um local de trabalho. Por isso, é importante apoiar estas e outras propostas de valor no mercado altamente competitivo actual.

Outra descoberta notável: a importância da estabilidade profissional pode parecer em declínio graças ao desemprego baixo, contudo, quase sete em cada 10 colaboradores dispensariam uma parte do salário em troca de estabilidade profissional. Os boomers consideram a estabilidade profissional mais importante, mas os millennials estão mais dispostos a perder parte do salário em detrimento de estabilidade profissional. Mais de um quinto (21%) afirma que dispensaria 10% do seu salário em troca de mais estabilidade. Uma percentagem ainda mais alta (22%) trocaria 6 a 10% do seu salário por mais estabilidade. Esta preferência pode ser atribuída a desenvolvimentos como a incerteza económica global, a transformação digital e a ascensão da automatização e da inteligência artificial.

Ao compreender as propostas de valor mais importantes, e ao analisar a fundo a pesquisa da Randstad por segmento, faixa etária e região, é possível moldar com mais eficácia o employer brand e melhorar a estratégia geral de atracção de talento. Isso é importante porque vemos uma mudança na relação entre empregadores e colaboradores. Mais do que nunca, é imperativo que as empresas desenvolvam relações positivas e a longo prazo com o talento para melhorarem o empenho e a satisfação. Com as organizações a tornarem-se mais transparentes na nossa economia de partilha, um forte employer brand e uma boa experiência de candidato encontrarão eco no público.

Com tantas forças de disrupção a afectar negócios de todo o mundo, um dos desafios fundamentais que as empresas enfrentam é o acesso ao talento. É o que preocupa mais os gestores de topo e determina se o negócio tem sucesso ou não. Para se certificarem de que estão bem posicionados para serem empregadores de escolha, convidamos-vos a olharem com mais atenção para a pesquisa deste ano e saber quais os factores que realmente motivarão os colaboradores de que precisam para obterem resultados.

 

O que desejam os colaboradores

O factor remuneração e benefícios atractivos continua a ser o mais procurado (59%). A estabilidade profissional perde importância ao longo do tempo. Na pesquisa deste ano situa-se em terceiro lugar, com 45%, sendo que no ano anterior estava em segundo, com 48%. EM 2019, é o equilíbrio profissional/ pessoal que sobe para segundo lugar, com 46%, Em quarto surge o ambiente de trabalho (44%), seguido, mas a alguma distância, da progressão na carreira (37%). Por ordem, a completar o top tem, surgem a saúde financeira (33%), os contratos flexíveis (32%), a localização (29%), a formação adequada (29%) e, em décimo, a boa gestão (28%).

Comparando estes resultados com os do estudo a nível global (que considera 32 países, mais de seis mil empresas, assegurando uma representatividade de mais de 75% da economia global), constata-se que as três principais razões para escolher um empregador são as mesmas em Portugal e a nível global. Mas fazendo uma análise por região, o panorama muda. Na Europa, a ordem difere: enquanto que, em Portugal, o ambiente de trabalho é um terceiro EVP, na Europa é o primeiro.

Por outro lado, existe um gap entre a percepção que os talentos têm das organizações e aquilo que efectivamente os move numa decisão de emprego. Procuram o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, a estabilidade e o bom ambiente de trabalho; mas classificam bem as empresas na saúde financeira, na utilização de tecnologia recente e na reputação.

 

Resumindo

Em 2019, os empregadores vistos como oferecendo a remuneração e benefícios mais atractivos têm mais probabilidade de atraírem força de trabalho. Contudo, os benefícios monetários são dos incentivos mais fáceis de imitar, o que sugere que os empregadores que investem no desenvolvimento deste EVP podem não estar a criar uma vantagem competitiva: 41%. dos inquiridos não mencionam a remuneração e benefícios atractivos nos cinco principais factores.

Os factores de EVP mais suaves são um bom investimento e onde deve estar o enfoque da organização, dependendo da região e do público-alvo.

O equilíbrio profissional/pessoal e uma boa atmosfera de trabalho são factores mais suaves que colaboradores de todas as regiões (excepto a Rússia) procuram, mas que consideram que os empregadores não oferecem. Para atrair a geração Z é preciso um enfoque em factores como boa formação, para os millennials progressão na carreira, enquanto para a geração X uma estratégia de employer brand que reitera um bom equilíbrio profissional/pessoal pode ser mais eficiente.

A maioria dos colaboradores gostaria de trabalhar em TIC, PGC e Automóvel. Estes sectores têm melhor classificação que os outros na maioria dos factores de EVP.

A estabilidade profissional está a perder importância, mas quase sete em cada 10 colaboradores prescindiriam de uma parte do salário em troca de estabilidade profissional. Os boomers consideram a estabilidade profissional mais importante, mas os millennials estão mais dispostos a dispensar parte do seu salário por estabilidade profissional, o mesmo acontecendo aos colaboradores da APAC.

Um terço da força de trabalho global preferiria trabalhar para uma grande empresa multinacional (28%), já que oferece estabilidade profissional, progressão na carreira e são vistas como empresas com saúde financeira. No espectro oposto estão as startups (7%).

As razões para escolher determinado empregador variam. Curiosamente, a remuneração e benefícios não está no topo da lista quando os inquiridos se focam num certo tipo de empregador.