A multiculturalidade, os novos adultos, os assistentes de voz e a multiplicação de plataformas de streaming estão entre as principais tendências do consumidor neste novo ano.
O consumidor irá mover-se numa esquizofrenia entre uma disrupção tecnológica cada vez mais rápida e a ansiedade por reivindicar a sua própria personalidade e valores. Esta foi uma das principais conclusões recolhidas no relatório “Tendências de Consumer 2019”, elaborado pela área de Consumer Engagement da Llorente Cuenca.
Entre as novas características do consumidor, destacam-se a experimentação com a mistura cultural, a necessidade de repensar a esfera digital, novas maneiras de enfrentar a idade adulta e a vertiginosa sensação de se sentir um novato num contexto de evolução acelerada.
Neste relatório, destaca também como devem reagir as marcas perante os novos interesses dos consumidores. Entre estas, destacam-se a importância da experiência do consumidor, o uso de plataformas de eSports e os serviços de streaming, o reconhecimento de voz ou a sustentabilidade Open Source como elementos a considerar na relação entre consumidores e marcas.
Em resumo, algumas das principais tendências são:
1. Customer Experience
A experiência do consumidor será um elemento crucial na sua relação com as marcas. Apesar dos avanços da tecnologia, uma cuidadosa atenção ao cliente continua a ser a chave para o sucesso.
2. Consumidor Eclético
O “novo” consumidor reivindica fortemente a sua identidade digital individual através do consumo de produtos e serviços baseados em originalidade, tendência que nasce perda de sentido de individualidade gerada pela homogeneização social e cultural.
3. O reinado da voz
Dispositivos de reconhecimento de voz como Alexa, de Amazon, Google Assistant e Siri, da Apple destacam-se também como ferramentas a considerar na hora de estabelecer comunicações publicitárias, pois estão a converter-se na forma preferida de milhões de utilizadores aquando da interacção com os seus dispositivos eletrónicos. Mas o “reinado da voz” terá que se apoiar na criação de conteúdos de interesse e na conexão real e integrada com o resto dos dispositivos.
4. eSports everywhere
Os eSports têm vindo a consolidar-se como um dos motores económicos que somam audiências milionárias.
5. A guerra do streaming
As mudanças no consumo de conteúdo são determinadas pela geração on-demand e afectam o modelo de negócio de vários sectores, desde telecomunicações até ao entretenimento. A guerra pela atenção dos utilizadores das plataformas de streaming vai exercer uma forte pressão no preço e impulsionar conteúdos diferenciados e formatos mais inovadores.
6. Rethink “social”
As marcas devem apostar em comunicações que, para além de criarem valor, não se tornem invasivas e façam com que o consumidor sinta que o seu bem-estar psicológico esteja acima dos objectivos comerciais.
7. Marcas “change makers”
As marcas cidadãs caracterizam-se por ter um propósito claro para melhorar o mundo de uma maneira relevante para o seu negócio e por estarem comprometidas com crenças e ideologias. Cada vez mais são as marcas (Gillette é um exemplo recentes) que se posicionam em temas sociais chave e às quais não importa gerar controvérsia, desde que o que eles representam esteja alinhado com os seus valores.
8. Novos adultos
Os millennials vão-se converter progressivamente em “novos adultos”. Os novos consumidores procuram constantemente converter as suas pressões e responsabilidades em algo mais fácil de manusear. As marcas e as empresas podem servir como um recurso para facilitar o dia-a-dia destas gerações, através de novas ferramentas, produtos, serviços, experiências e modelos de consumo.
9. Sustentabilidade open source
Os consumidores inclinam-se cada vez mais para a preferência das marcas capazes de ir para lá das suas plataformas de sustentabilidade. As marcas estão a transcender os seus próprios limites, procurando acrescentar valor e partilhar livremente o seu conhecimento e tecnologias para oferecer soluções efectivas a numerosos problemas do mundo actual.
10. Eternos novatos
Os consumidores estão presos a uma espiral de evolução acelerada na qual tudo é efémero. Assim, deixam-se levar por uma corrente cada vez mais rápida de mudança, em que as suas próprias capacidades terão que se adaptar a aprender e a esquecer a uma velocidade também cada vez superior.