• SOFIA CANSADO

Olá! Sejam bem-vindos ao podcast #EVERYDAYHERO. Hoje vamos falar sobre um tema que já tivemos aqui algumas vezes "Work life Balance", mas hoje vamo-nos focar em reequilibrar este balanço. Comigo, eu tenho, Bruno Oliveira. Bruno é Consultor de Staffing na Randstad, e está aqui comigo também para falar desta nova tendência de equilíbrio. Bruno, bem-vindo!

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Olá! Obrigado. Obrigado pelo convite.

 

  • SOFIA CANSADO

Bruno, gostava muito que te apresentasses a quem nos ouve em primeiro lugar.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Está bem. Portanto, eu sou o Bruno Oliveira. Sou Consultor de Staffing na Randstad de Recursos Humanos. Tenho 40 anos, vivo em São João da Madeira e trabalho também em São João da Madeira e sou licenciado na área de Sociologia. Estou na Randstad há cerca de 12 anos, já passei um bocadinho por tudo. Antes disso, estive também numa empresa da mesma área, mas no fundo na concorrência, durante um ano e este meu percurso profissional até à data de hoje.

 

  • SOFIA CANSADO

Muito bem. Passaste aqui de sociologia para consultor.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Sim. Sociologia tem uma abrangência grande para mal e para o bem, sendo que claramente gosto bastante da área direcionada para a Sociologia das Organizações e depois nos permite dar um..., pronto direcionar para esta vertente de recursos humanos.

 

  • SOFIA CANSADO

Muito bem. E, Bruno, acho que só falta o teu Fun Fact que realmente é muito curioso.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

O fun fact é já quase aqui uma tradição, uma praxe aqui em São João da Madeira que é cada consultor ou cada pessoa que entra novo aqui, na Randstad, os colegas da equipa têm a tradição de questionar que idade é que me dão, isto tem um sentido, parece uma pergunta fora de contexto, mas no fundo é porque normalmente estão sempre bastante longe de acertar na minha idade e no fundo já se tornou aqui um bocadinho tradição e quase gozo aqui na Randstad perceber quem é que chega mais próximo da minha real idade. Lá está, como eu disse, são 40 anos, mas as respostas normalmente andam sempre entre os 20 e muitos, 30 e poucos. E, portanto....

 

  • SOFIA CANSADO

Sim, exacto. A minha própria hipótese foi nos 35. Aqui, em voz-off, eu disse 35. Mas é verdade não parece, não parece.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Acaba por se tornar aqui engraçado porque efetivamente é já quase uma "private joke" aqui interna na Randstad São João da Madeira.

 

  • SOFIA CANSADO

Muito bom, muito bom. Portanto, é o cartão de visita cada vez que alguém vai a São João da Madeira. Muito bem. Bruno, este é um tema, Work-life Balance, é um tema que nós já falámos várias vezes aqui no podcast. Porque na verdade não dá para num só episódio falar sobre tudo o que comporta o equilíbrio, a conciliação da vida profissional e pessoal. Mas nós já falamos disto há 3, 4 anos. Não só nós, no podcast, mas no geral nas empresas. Tu achas que nós já atingimos o ideal deste equilíbrio entre a vida pessoal e profissional nas empresas? Ou ainda há aqui muito trabalho a fazer?

 

  • BRUNO OLIVEIRA

É um bocadinho isso. Eu acho que não, que ainda não atingimos o equilíbrio ideal e é efetivamente penso que ainda haja muito trabalho a fazer, de ambas as partes, tanto do lado do colaborador, como do lado da empresa. Isto porque, no lado do colaborador, se calhar, um bocadinho vamos pôr à frente de nós, fica ???mais de foco, que é essencial a pessoa realmente ter muito esse objetivo e cumprir com esse objetivo, de conseguir o equilíbrio, o melhor equilíbrio e harmonia entre a vida pessoal e profissional. E também pelo lado da empresa, porque acho que é muito uma questão a nível de cultura que tem que ser cada vez mais criar e instalar e melhorar nas empresas. Tem que ser uma questão cultural. Não pode ser algo apenas unilateral ou apenas esporádico. É mais estrutural e cultural que a empresa tem que implementar e, portanto, há muito trabalho a fazer ainda nessa medida.

 

  • SOFIA CANSADO

Sim. É curioso tu pegares logo na parte de... é dos dois lados, colaborador e empresa. Porque muitas vezes há aqui a tendência de nós espreitarmos o telemóvel fora de horas, responder aquele email ao fim-de-semana, não é?

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Sim. Sim, isso é uma das coisas que realmente implica da nossa parte mesmo também esse objetivo e criarmos aqui, intrinsecamente, uma série de metodologias que nos permitam desligar do trabalho e que realmente também focar-nos e orientarmos também para a vida pessoal, quando, que é sempre necessário. E isso é uma questão essencial, por exemplo, quando terminamos ou quando é suposto terminar o nosso horário de trabalho tentar cumprir com isso. Obviamente sempre não deixando de lado aquilo que são... o compromisso para com a entidade profissional. Não é?  Mas é essencial tentarmos desligar ao máximo quando estamos fora do trabalho, do contexto de trabalho. E é como dizes, há sempre, ainda muito, aqueles bichinho que nos faz estar sempre a tentar perceber o que é que está a acontecer, mas pronto isso aí é algo que temos que melhorar para realmente conseguir um melhor equilíbrio nesta balança.

 

  • SOFIA CANSADO

E pensando numa parte mais prática, quais é que são aqui as tuas três principais dicas para não trabalhar Work-life Balance. Porque nós já falamos disso há muito tempo, mas reequilibrar o que nós pensávamos que era o Work-life Balance.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Certo. Eu penso que, assim logo à partida, a definição de prioridades é fundamental. Porque a definição de prioridades também no sentido de conjugar com a questão daquilo que é a melhor gestão de tempo. Muitas vezes, nós no trabalho temos muitas tarefas diárias e é normal. Nem tudo é urgente, nem tudo é importante. São dois conceitos muito diferentes. Há coisas que são urgente, há coisas que são importantes e há coisas que são urgentemente importantes. E, portanto, nós temos que fazer aqui uma boa definição de prioridades daquilo que efetivamente necessário responder no imediato, que sendo importante, pode ser respondido mais tarde. E, portanto, esta definição de prioridades é uma das primeiras dicas, sendo que é essencial que depois haja o cumprimento das mesmas. Não adianta muito definir prioridades e depois à medida que vão surgindo tarefas novas, esquecemo-nos das prioridades que redefinimos. Essa é uma primeira dica, depois e também neste segmento, uma segunda dica é levar as tarefas até ao fim. Para mim é fundamental porque....

 

  • SOFIA CANSADO

Não saltitar? Não é? 

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Exactamente, não é. É muito complicado. E vejo isso por muitos colegas e normalmente até é uma sugestão que eu faço, que é estamos a fazer alguma coisa e sempre com o olho, por exemplo, no e-mail a ver o que é que vai aparecendo e muitas vezes interrompe-se o que se está a fazer para ir fazer alguma coisa de novo que surgiu. Isso é muito limitativa ao nível de eficácia de trabalho, portanto, se começamos uma tarefa levamo-la até ao fim, até porque é suposto estarmos a fazer alguma coisa que é prioritária e, portanto, desviar um bocadinho daquilo que vai acontecendo à volta naquele instante e depois então voltar ao planeamento. E é aqui que surge de novo. Portanto, isto para mim é essencial. Nesse sentido já fui aqui tocando uma terceira dica planeamento diário e delegar tarefas. Porque, ok, podem-nos dizer, nós às vezes interrogamo-nos - estou a fazer determinada tarefa e surgiu outra coisa que é considerada também urgente, por o cliente fazer um pedido que tem que ser na hora. Enfim, temos que dar a resposta. Certo. Mas será que nós, olhando para o lado, para uma equipa temos, não temos forma de delegar essa nova tarefa?

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Isso é fundamental para que nós consigamos realmente fazer as nossas tarefas de forma equilibrada, de forma eficiente e com isso, ganhar tempo, fazer uma boa gestão do tempo, que depois nos vai permitir realmente ter um equilíbrio no sentido de não nos sobrecarregar de termos capacidade depois de terminar, cumprir o planeamento, terminar às horas que são estipuladas, ter mais tempo para fazer uma pausa, para terminar o trabalho dentro do horário que é minimamente suposto e então, a partir daí fazer outras coisas a nível pessoal que também é importante e portanto isso das pausas também é fundamental. É um bocadinho estas as dicas que eu diria como fundamentais.

 

  • SOFIA CANSADO

Portanto, definir as prioridades, mantê-las e cumprir até ao fim, que é para não nos distraímos também e aqui o poder de delegar tarefas também ajuda.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Sim. E cumprir aquelas que fazemos até ao fim, sim.

 

  • SOFIA CANSADO

Exatamente. Sim, eu acho que, aliás, as tuas dicas até são muito boas para este equilíbrio, especialmente em momentos de maior stress, maior intensidade no trabalho que toda a gente têm essas temporadas. Também se adequou perfeitamente para isso.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Acho que sim. Isto é tudo... Pronto, estas dicas são essencialmente numa lógica de sobrecarga de trabalho, que todos nós passamos por isso em determinada altura e, portanto, quando isso acontece, é quando o equilíbrio, que nós aqui estamos a discutir, fica mais posto em xeque. E nesse sentido, é quando nós temos que arranjar ferramentas por forma a tentar que tal não aconteça e que realmente consigamos cumprir com esse equilíbrio da melhor forma possível. E para isso parte de nós, também arranjar instrumentos no trabalho, na nossa organização de trabalho, que nos permita realmente, lá está, atingir o tal equilíbrio.

 

INTRO

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  • SOFIA CANSADO

Nós falamos muito de Work-life Balance, mas também já estão a perceber aqui outros termos relacionados, isto vai-se ramificando, vai-se descobrindo novos conceitos e portanto, neste momento também já se fala de Work-life Integration. Portanto, a integração da vida profissional e pessoal. Nós também vemos que o Work-life Balance é um critério que está sempre no top três do nosso estudo Randstad Employer Brand. Portanto, sabemos que é atrativo para os profissionais saber que as empresas trabalham este conceito, mas este conceito evoluiu e está a evoluir para integração. Tu achas que a passagem para este termo significa que também o próprio conceito do equilíbrio está a mudar? E estes também, estes diferentes modelos trabalho que nós temos, também estão a ajudar nesta mudança?

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Sim, acho que sim. Faz sentido porque efetivamente nós estamos numa fase e mesmo esta situação da pandemia veio acelerar essa situação, que é os modelos de trabalho que estão cada vez mais a mudar e a atualizar. O teletrabalho é hoje em dia algo que é muito, muito presente e que não estava tão presente se calhar antes da pandemia. Havia algumas empresas que já implementavam mas numa lógica mais diminuta e agora está claramente em expansão. E é um bocadinho também dentro disso, somos obrigados a olhar para o conceito de forma diferente. Porque, ok, o Work-life Balance direciona-nos muito para aquilo que é a separação, pura e dura, da vida profissional da vida pessoal. É quase, como eu diria, uma situação de competição, de conflito em que, ok, esta faz só para a vida profissional e a partir daqui é para a vida pessoal. E cada vez, se calhar, mais somos obrigados a olhar para um conceito de uma forma integrada, daí o Work-life Integration, porque já se vê muito situações onde quando possível, e se calhar é a situação ideal, poder fazer determinadas tarefas pessoais como, por exemplo, questões familiares, de ir buscar um filho à escola, de ir ao banco tratar de algum assunto, algum documento, enfim, durante o próprio horário de trabalho, que muitas vezes não nos é possível porque são horários, o nosso horário normalmente é das 9 às 18 e muitas destas situações ocorrem justamente nesse horário normal e, portanto, poder integrar, fazer essas tarefas no nosso horário de trabalho e depois, obviamente, não descurando aquilo que é um compromisso para com a empresa e das tarefas que temos que ter noção que temos que cumprir e, se for caso disso, depois complementar essas tarefas um bocadinho fora do horário. Pronto, esta flexibilidade é fundamental. Eu diria que é tudo aqui uma lógica de flexibilidade e liberdade, por um lado, de nos permitir isto muito da parte da empresa para connosco, permitir ter essa flexibilidade de horários e de método de trabalho e de estar em casa e parar para fazer alguma tarefa pessoal e de fazermos essa gestão. Depois implica do lado do colaborador todo um bom senso, de forma a conhecer-se a si próprio para conseguir realmente gerir toda esta simbiose entre umas tarefas e as outras. E também, obviamente, para não colocar em causa a confiança que nos é dada nesse sentido. Portanto, sim, acho que o conceito efectivamente está a evoluir e cada vez mais por esta lógica de integração de uma área e da outra, da vida pessoal para com a vida profissional. No ideal eu diria que isso é, seria a melhor forma de conseguirmos esse equilíbrio. 

 

  • SOFIA CANSADO

Pois, sim. Acaba por ser, talvez, os próximos passos do equilíbrio. Na verdade, ser a integração, como estavas a dizer. E se calhar é isso mesmo que as empresas vão começar a tomar cada vez mais atenção é que os profissionais procuram este sentido de responsabilidade pelo próprio horário e ao trabalharmos, se calhar até, não digo já no próximo ano, mas pensando daqui a 5 anos. Se trabalharmos num sentido de projetos e objetivos e não de horário, se calhar essa também é o próximo grande passo nas empresas. Quem sabe? Estou a especular. Eu acho que só me falta te perguntar e isto também é muito importante. Porque lá está olhamos para o Randstad Employer Brand Research, vemos que os profissionais cada vez mais e continuam a querer a conciliação entre a vida profissional e pessoal. É um critério muito atrativo. Como é que as empresas trabalham a estratégia dentro da sua estratégia? Aliás, este equilíbrio. Qual é o papel deles? Se o equilíbrio é dos profissionais?

 

  • BRUNO OLIVEIRA

O papel das empresas aqui acho que é crucial. Aqui alguma da nossa conversa já fomos abordando esta relação dialética, muito entre o colaborador ??? de ambas as partes, colaborador e empresa, para conseguir este equilíbrio. Mas acho que realmente o papel da empresa é fundamental por uma série de questões, desde logo por proporcionar a tal flexibilidade, que nós aqui estávamos a falar, de horários, de permitir o teletrabalho. Essa relação e gestão estão mais orgânica da parte do colaborador, na realização do seu trabalho, da capacidade de ter essa confiança para com a forma como o colaborador vai fazer essa gestão é fundamental. Por isso, é que eu reforço, é uma questão cultural e de comunicação interna que tem de ser muito orientada para este equilíbrio da parte da empresa. Ou seja, não pode ser uma coisa que se defenda, mas que depois proporcione por vezes, aquilo que é o chamado sentimento de culpa da parte do colaborador que quando faz uma pausa sente que não é bem aceite, que não é bem visto pela empresa. Portanto, é fundamental que a empresa não não faça este sentimento surgir da parte do colaborador. Isso, na minha opinião, é muito daquilo que é a comunicação da empresa para os seus colaboradores interna e toda a cultura que está instalada na empresa. Isso depois pode-se ver em questões mesmo mais técnicas, o ambiente de trabalho que proporciona, as infraestruturas tecnológicas, que permite ao colaborador ser mais eficiente na realização das suas tarefas, o proporcionar benefícios. Não só aqui, não me estou a referir apenas a questões salariais, mas de questões como, por exemplo, empresas que implementam ajudas de custo para cursos de formação, determinadas regalias, as salas de descanso, as salas para fazer exercícios, em que muitas das empresas que nós temos, das empresas que os colaboradores vêm como sendo as melhores empresas para trabalhar já proporcionam esse tipo de regalias e lá está muito numa base do tal Work-life integration, que é no próprio local de trabalho nós termos...

 

  • SOFIA CANSADO

Estes serviços.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Termos estes serviços e estas infraestruturas que nos permitem fazer uma pausa ou depois do horário de trabalho, terminamos o nosso trabalho, e vamos fazer um exercício numa determinada sala, enfim. Portanto, eu diria que, em resumo, o papel é mesmo crucial, porque efectivamente, ok, o colaborador é muito importante no sentido da sua gestão. Mas mesmo para que consiga fazer esse equilíbrio, tem que ter do outro lado esse...

 

  • SOFIA CANSADO

Sentido de responsabilização.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Esse aceitamento e essa permissão quase, se assim podemos dizer, da parte da empresa, essa cultura que se tem, que está instalada.

 

  • SOFIA CANSADO

Sim, concordo. Eu acho que este sentido mais uma vez, da autonomia, de "eu tomo conta do meu horário", também é muito vantajoso e também tem aqui um papel de retenção depois nas empresas.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Sim, concordo. É mesmo isso.

 

  • SOFIA CANSADO

Bruno, eu acho que é isto, resumiste perfeitamente o que é que é preciso para reequilibrar o equilíbrio ou até parte de integração, na verdade. Acabamos por perceber que é mais isso. Obrigada por teres estado comigo hoje.

 

  • BRUNO OLIVEIRA

Obrigado eu.

 

  • SOFIA CANSADO

Obrigada também a todos os que nos ouvem. Já sabem que temos episódios quinzenais. Portanto, voltamos daqui a duas semanas e podem-nos acompanhar no Facebook, Instagram e LinkedIn. Obrigada!

 

 

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