Apesar do tema do propósito no trabalho estar a dar que falar, creio que, na realidade, estamos apenas perante uma nova consciência sobre esta temática. O propósito sempre existiu, mas num paradigma diferente e há agora um novo olhar sobre aspetos já há muito identificados e debatidos pelos profissionais de recursos humanos.
Tenham-no ou não encontrado efetivamente, sejam mais ou menos ambiciosos, resignem-se mais ou menos na sua procura, o facto é que o propósito sempre existiu. E a prova disso é a evolução do paradigma em gestão de recursos humanos e a importância cada vez maior dada a temas como satisfação no trabalho, bem-estar, felicidade nas organizações, employer branding, engagement e agora, o propósito.
Por isso, à primeira vista, parece fácil. Não estamos perante nada novo e, como tal, não parece existir necessidade de encetar agora uma procura de como integrar o propósito das pessoas nas organizações e, mais difícil ainda, de como dar (ou materializar) um propósito às empresas que transcenda a rentabilidade e o lucro. Na realidade, as melhores empresas já vêm trabalhando e procedendo a profundas mudanças nos seus paradigmas e, por isso, pouco mais terão de fazer do que continuar nesse caminho, mas já a todo o vapor. A má notícia para as restantes, é que não há mais por onde fugir e creio que é isso que o termo propósito nos traz de novo.
Temos décadas de investigação sobre a motivação dos colaboradores - o que leva uma pessoa a agir de determinada maneira e que, consequentemente, tem impacto no seu envolvimento e comprometimento, mas nunca se refletiu sobre o propósito? Sobre o que leva os colaboradores a se levantarem de manhã com vontade de ir trabalhar, a dar o extra mile sem que o considerem um extra, sobre o que lhes traz realização e dá sentido à experiência no trabalho?
Temos a resposta. Já há muito tempo que se sabe que colaboradores felizes aportam resultados felizes.
O tema já lá estava, mas as novas gerações trouxeram uma luz indelével sobre a importância de ter um sentido. E nesse sentido cabe o facto de cada vez mais as pessoas quebrarem o estigma da manutenção do emprego acima de tudo e deixarem o emprego, não por questões económicas, mas porque não se identificam com a empresa, porque não encontraram o seu propósito naquele papel e não querem «desperdiçar» esse tempo num emprego que não lhes dá esse sentido. Muitas das vezes ainda se questiona o porquê de um profissional sair da empresa onde estava, «apenas» porque não estava realizado e feliz, portanto, sem propósito. Mas acredito que agora é o momento real de se aceitar o propósito e de se terminar com este estigma.
O propósito é nosso e parte de nós. Mas é intrinsecamente afetado pelo propósito da empresa e pela forma como os dois se reforçam, repulsam, alinham ou não. Por isso, é também importante que as próprias organizações tenham um propósito claro, tenham políticas e práticas implementadas de sustentabilidade, responsabilidade social, não discriminação e igualdade e tenham líderes que no dia-a-dia se envolvam com os colaboradores e façam o mais difícil acontecer: mantendo a identidade da empresa, o foco nos resultados e no desempenho, consigam conhecer, integrar e nutrir o propósito dos seus colaboradores. Sentir que faz parte, perceber bem o seu papel nos resultados da equipa, sentir que deve dar o seu contributo e o que mesmo é esperado, são com certeza aspetos que ninguém acredita poder descurar.
Não é um romantismo, é claro que todas as empresas têm de ter lucro mas, na realidade, estamos perante uma falácia. Não é o investimento, quer de tempo quer de recursos, que compromete os resultados do negócio. Apostar no envolvimento e comprometimento dos colaboradores, pode efetivamente atrasar o alcance de determinados objetivos de negócio a curto prazo, mas é claro que irá contribuir para o aumento da produtividade, para a construção de uma marca atrativa e com uma proposta de valor no mercado, que se traduzirá, a médio e longo prazo, na verdadeira rentabilidade. A ausência de propósito da empresa ou dos seus colaboradores ou de um interesse neste alinhamento, compromete claramente o melhor resultado financeiro da empresa.
Compreende-se assim, o interesse que este tema tem suscitado em grandes empresas internacionais. O verdadeiro sucesso, individual e organizacional, está agora em conseguirmos, não alinhar, mas sim agregar os nossos propósitos e sermos o nosso melhor.
Saiba mais sobre a relação do trabalho com a felicidade.
felicidade no trabalhoO tema já lá estava, mas as novas gerações trouxeram uma luz indelével sobre a importância de ter um sentido. E nesse sentido cabe o facto de cada vez mais as pessoas quebrarem o estigma da manutenção do emprego acima de tudo e deixarem o emprego, não por questões económicas, mas porque não se identificam com a empresa, porque não encontraram o seu propósito naquele papel e não querem «desperdiçar» esse tempo num emprego que não lhes dá esse sentido. Muitas das vezes ainda se questiona o porquê de um profissional sair da empresa onde estava, «apenas» porque não estava realizado e feliz, portanto, sem propósito. Mas acredito que agora é o momento real de se aceitar o propósito e de se terminar com este estigma.
O propósito é nosso e parte de nós. Mas é intrinsecamente afetado pelo propósito da empresa e pela forma como os dois se reforçam, repulsam, alinham ou não. Por isso, é também importante que as próprias organizações tenham um propósito claro, tenham políticas e práticas implementadas de sustentabilidade, responsabilidade social, não discriminação e igualdade e tenham líderes que no dia-a-dia se envolvam com os colaboradores e façam o mais difícil acontecer: mantendo a identidade da empresa, o foco nos resultados e no desempenho, consigam conhecer, integrar e nutrir o propósito dos seus colaboradores. Sentir que faz parte, perceber bem o seu papel nos resultados da equipa, sentir que deve dar o seu contributo e o que mesmo é esperado, são com certeza aspetos que ninguém acredita poder descurar.
Não é um romantismo, é claro que todas as empresas têm de ter lucro mas, na realidade, estamos perante uma falácia. Não é o investimento, quer de tempo quer de recursos, que compromete os resultados do negócio. Apostar no envolvimento e comprometimento dos colaboradores, pode efetivamente atrasar o alcance de determinados objetivos de negócio a curto prazo, mas é claro que irá contribuir para o aumento da produtividade, para a construção de uma marca atrativa e com uma proposta de valor no mercado, que se traduzirá, a médio e longo prazo, na verdadeira rentabilidade. A ausência de propósito da empresa ou dos seus colaboradores ou de um interesse neste alinhamento, compromete claramente o melhor resultado financeiro da empresa.
Compreende-se assim, o interesse que este tema tem suscitado em grandes empresas internacionais. O verdadeiro sucesso, individual e organizacional, está agora em conseguirmos, não alinhar, mas sim agregar os nossos propósitos e sermos o nosso melhor.