• Sofia Cansado

Olá! Sejam bem-vindos ao podcast #EVERYDAYHERO. Hoje estamos no último episódio de 2022 e a melhor altura para falarmos aqui do calendário do advento, mas um calendário um bocadinho diferente. Vamos falar das 24 tendências para 2023. E comigo, a melhor pessoa para ditar estas tendências, a Inês Casaca. A Inês é RPO e Randstad Risesmart Associate Director na empresa. Inês, bem-vinda!

  • Inês Casaca

Olá! Obrigada. Bom dia, obrigada pelo convite.

  • Sofia Cansado

Claro. Inês, antes de mais, eu gostava que te apresentasses um bocadinho a quem nos ouve e também explicasses o teu percurso.

  • Inês Casaca

Tenho 40 anos, quase 41, mas ainda são 40. Basicamente, já trabalho em recrutamento há alguns anos, mais de 15, vamos dizer assim, e cresci no Algarve, perto do mar. Estou em Lisboa já há alguns anos, tenho uma filha de dois anos, o maior desafio neste momento. E pronto, gosto muito do que faço. Gosto muito desta área do talento e gosto muito de estar e de trabalhar neste contexto e na Randstad, acima de tudo.

  • Sofia Cansado

Acho que só falta o teu fun fact.

  • Inês Casaca

Acho que posso partilhar que desde miúda, desde muito cedo, três, quatro anos, entrei nas aulas de ballet e lá permaneci durante cerca de 12 anos. E pronto, e às tantas, houve toda uma decisão, sendo que ainda faço algumas aulas de ballet para adultos. Informem-se, é muito giro, mas tudo completamente amador, como é óbvio. Foi uma experiência muito gira e que guardo com muito carinho, porque gosto mesmo muito.

  • Sofia Cansado

E que provavelmente te trouxe também aqui lições para a vida.

  • Inês Casaca

Sim, sim. É verdade. E acaba por nos ajudar muito em termos de disciplina, alguma organização, e pronto, e depois é super feminino. Portanto, eu acho mesmo muito giro.

  • Sofia Cansado

Que bom. Inês, este tema, 24 tendências, parece assim um bocadinho assustador, de repente vamos aqui revelar de uma vez as 24 tendências. Mas, na verdade, o desafio que eu tenho para ti é aqui agrupar as tendências. Porque sabemos que não há aqui uma lista de 24 coisas que esperas que vão acontecer ou que sabes que pode ser aqui uma tendência, mas vamos por partes, vamos começando a agrupar. Acho que primeiro podemos destacar aqui as três tendências, as maiores, para o próximo ano.

  • Inês Casaca

Olha, isto é sempre um bocadinho subjetivo, não é? As tendências normalmente começam-se a criar, e não quer dizer que a partir de 1 de Janeiro aconteça diferente, é algo que nós já começamos a ouvir falar e é algo que se calhar já acontece aqui numa outra realidade. Há uma que se vai manter, que já existe e que eu tenho a certeza que se vai manter, que é a questão da flexibilidade. E aqui falo não só da flexibilidade das empresas para com os colaboradores e para com os candidatos que estão neste momento em processo, mas também com o dia-a-dia do trabalho de cada um de nós. Ou seja, vai ser cada vez mais importante sermos todos flexíveis. As empresas enquanto estrutura e que potenciem isso e que de alguma forma permitam que o colaborador se consiga adequar e ter alguma flexibilidade no seu modo de trabalho e para cada um de nós, também cada vez mais é esperado que sejamos flexíveis, que tenhamos aqui uma mente disponível para conhecer outros pontos de vista e outras formas de trabalhar. E, portanto, eu acho que isto já acontece e já se falou muito neste último ano. Aliás, o ano 2020 transformou-nos aqui em pensadores de tendências e de transformação, e o que é que aconteceu e onde é que estamos e para onde vamos cada vez de forma mais profunda. Portanto, eu acho que a flexibilidade é algo que nós já constatamos, principalmente neste último ano, mas eu acho que é uma tendência que veio para ficar. Portanto, que vai continuar a ser pedida.

  • Inês Casaca

Depois temos aqui a questão também dos projetos e da atratividade dos projetos. Eu acho que cada vez mais as pessoas, no mundo do trabalho, olham muito para a possibilidade de desenvolverem projetos. Não quer dizer que pensem em ficar nos sítios por determinado tempo e depois procurarem outra coisa, não é isso que eu estou a dizer porque isso já aconteceu no passado e eu acho que agora as pessoas estão a procurar alguma estabilidade, parece-me, mas cada vez mais as pessoas querem abraçar projetos. Portanto, não estão ali para estar sempre a fazer a mesma coisa e não entram numa organização, numa lógica de agora vou ficar aqui e vou estar no meu papel, ou no meu trabalho, naquilo que é a atividade que me foi proposta, não. Eu acho que as pessoas estão a agarrar muito os projetos, os mais novos sempre o fizeram e se calhar vem aqui com a ideia de trabalhar por projeto também muito incutido pela faculdade e pelos cursos e portanto e muito por conhecerem diferentes realidades, a verdade é essa. Mas eu acho que esta questão dos projetos é algo que vai cada vez ficar a ser uma maior tendência e é importante as empresas estarem atentas.

  • Sofia Cansado

Claro, era isso que eu te ia perguntar, e as empresas já estão a trabalhar neste sentido?

  • Inês Casaca

Sim, já vemos muitas empresas a trabalhar com equipas multidisciplinares, a ir buscar pessoas de áreas que à partida se calhar eram áreas um bocadinho mais estáticas e que não eram tão envolvidas. E, portanto, eu acho que as empresas estão a responder e estão a perceber que esta é uma tendência. É uma tendência e que ganham muito com isso, porque ganhamos todos por participar em projetos com colegas que são de outras áreas completamente diferentes, por haver partilha de informação, aprendemos todos e as empresas no fim do dia eu acho que retiram aqui grandes benefícios. Depois eu acho que uma terceira tendência é a parte mais analítica e a importância dos dados. Temos falado também, já se fala muito disso, na verdade às vezes separa-se muito a questão pessoas e dados e números. E eu acho que isso não tem que ser assim tão diferente, ou seja, nós fazemos parte de uma realidade que no fim de contas resulta em números, sejam eles para o que for e, portanto, eu acho que temos que trabalhar com eles porque são eles que também nos dão aqui informação muito rica para mudarmos, para chegarmos onde queremos chegar. E, portanto, eu acho que esta tendência de usar mais data, de estar mais atualizado, de ter mais informação de mercado, é realmente importante e cada vez significa maior necessidade de usar este tipo de informação e, portanto, eu acho que esta é uma tendência que vai marcar a diferença nos próximos tempos, sinceramente.

  • Sofia Cansado

Sim. E é engraçado estares a falar sobre isso porque há aquela imagem famosa do LEGO, não é? Tens o data sorter, o data analyst, depois tens o data storyteller, também há essa parte, não é? O desenvolvimento dos dados para storytelling é cada vez mais importante, não basta tê-los, é preciso saber contar a história por trás.

  • Inês Casaca

Interpretá-los, acima de tudo, não é? Porque não vale a pena estarmos aqui a dizer que chegámos aqui, chegámos ali, fizemos isto ou fizemos aquilo sem perceber as razões que nos fizeram chegar lá, o que é que podemos melhorar e os dados se bem analisados e bem construídos e organizados dão-nos imensa informação muito importante para a evolução de todos nós, das empresas, de cada um de nós. Ou seja, as empresas são feitas de pessoas, nós fazemos parte das empresas, portanto, isto está tudo junto. E, portanto, eu acho que esta é uma tendência também muito importante.

  • Sofia Cansado

Portanto, flexibilidade, projetos, atração de projetos e dados.

  • Inês Casaca

Certo. 

  • Sofia Cansado

São as três tendências que vão...

  • Sofia Cansado

É assim, tenho a certeza que vão lá estar. Agora, claro que há outras, e como tu disseste no início, é difícil falarmos em 24 tendências.

  • Sofia Cansado

Exato.

  • Sofia Cansado

Se calhar há, se pensarmos aqui um bocadinho, mas estaríamos aqui se calhar mais horas do que era suposto. E, portanto, depois podemos falar em grandes grupos de tendências e de temas que serão com certeza falados, e estudados e analisados daqui para frente. Isso não tenho dúvida.

  • Sofia Cansado

Sim. Até te lanço aqui a primeira pedra, o potencial das pessoas. Achas que vai ser uma tendência?

  • Inês Casaca

Pronto, lá está. Já é, não é? Eu acho que vai continuar a ser, como é óbvio. Falamos muito em potencial, falamos muito em talento, já percebemos que um não existe sem o outro e que um se constrói com o outro. E, portanto, sem dúvida, potencial e acima de tudo o darmos a liberdade às pessoas para o revelarem, não é? Aqui é que também às vezes está a questão, há pessoas que sentem que não têm espaço para mostrar esse potencial, ou sentem que não estão num contexto que o permita. E portanto, daí, voltamos outra vez às três principais, não é? Daí a flexibilidade que é preciso, daí a questão dos projetos, dar esta oportunidade às pessoas para mostrarem potencial, se calhar numa área diferente e portanto, isto está tudo interligado. Mas sim, potencial. Acredito plenamente, vamos continuar a falar muito de potencial.

  • Sofia Cansado

Sim, exato.

  • Inês Casaca

E é bom sinal, ainda bem. É um tema muito importante.

  • Sofia Cansado

Também há aqui o tema da estabilidade. Tu já falaste aqui um bocadinho, mas nós viemos aqui de uma realidade que tu própria estavas um bocadinho a falar sobre desde 2020 que há aqui um comportamento diferente em relação ao trabalho de seguir projetos e, portanto, há aqui menos a ideia de permanecer numa empresa, mas mais perseguir projetos, por assim dizer. No entanto, agora mudou completamente o cenário que estamos a viver. Prevê-se um cenário um bocadinho mais frágil e, portanto, eu pergunto se a estabilidade vai voltar a estar como critério principal para os profissionais ou se ainda é muito cedo. O que é que tu achas?

  • Inês Casaca

Olha, eu acho que ainda é cedo para fazermos grandes previsões, inclusive do que é que vai acontecer no próximo ano. É um ano de incerteza, estamos todos um bocadinho na expectativa a tentar perceber, pelo menos para o primeiro trimestre, o que é que nos vai trazer. Claro, vai ser um ano exigente, eu acho que aí estamos todos de acordo, não sabemos bem em que moldes, mas vai ser exigente. Isto faz parte, são ciclos do negócio, do mercado, das várias áreas que existem nesta realidade do trabalho. Agora, eu na verdade acho que nós ser humano não dispensamos estabilidade, ok? Eu acho que está sempre presente naquilo que é a nossa vida. Agora, que se calhar começamos a arriscar mais e olhar mais para as oportunidades que não estão tão prolongadas no tempo, isso é verdade. Quando há momentos mais difíceis e mais exigentes, as pessoas tendem a retrair-se um bocadinho e a pensar "bem, se calhar deixa-me estar mais estável e estar aqui numa situação não tão arriscada, e perceber primeiro o que é que vem aí, perceber o que é que o mercado tem para me dar". Eu acho é que não vamos voltar de todo àquela ideia do trabalho para a vida. Isso aí eu acho que já está ultrapassado, ok?

  • Inês Casaca

Eu quando agora penso em estabilidade, se calhar penso é mais prolongado no tempo, pronto, se calhar em vez de estar num projeto de 6 meses e depois pensar em mudar, se calhar vou tentar aqui, estar aqui numa, fazer uma análise mais prolongada. E acredito que também consoante a fase de vida em que cada um de nós estamos e a fase de vida em que as pessoas se encontram, esta estabilidade tem um peso diferente. Se calhar quando somos mais jovens e quando não temos tantas responsabilidades, ou quando ainda temos aquela vontade de conhecer e perceber qual é que é o caminho que eu quero tomar, olho para a estabilidade de uma forma distinta de quando tenho uma família, tenho filhos, e se calhar não tenho tanta disponibilidade para conhecer assim o mundo inteiro, se calhar vou pensar "bem, deixa-me ver onde é que eu agora posso estabelecer". Eu acho que a estabilidade vai estar presente sempre, mas desta forma, não tão vincada como estaria há uns anos. Isso aí eu não acredito que regresse.

  • Sofia Cansado

Até porque nós vemos, aliás, no Randstad Employer Brand Research, a estabilidade apesar de andar ali 4º, 5º lugar, não é propriamente um top 3.

  • Inês Casaca

Mas também não desaparece, não é? A verdade é que está sempre ali.

  • Sofia Cansado

Exatamente. Que mais grupos é que me podes destacar, Inês?

  • Inês Casaca

Olha, pronto, então eu acho que se calhar podemos falar também aqui da questão de ser importante, e é uma tendência que eu acho que tem que ser talvez explorada e adequada a cada contexto, que é olhar para aquilo que é a vida do colaborador no seu todo. Ou seja, nós dizemos muito que o trabalho, temos o trabalho, temos a vida pessoal, temos os nossos interesses, mas se olharmos bem, há uma tendência nos últimos tempos para percebermos que a pessoa não é um ato isolado quando está no trabalho e de repente despe aquela camisola e é outra coisa qualquer fora dali. Claro que temos os nossos contextos, mas a nossa vida é feita destes momentos e destes contextos todos, não somos pessoas completamente diferentes de um lado para o outro. E, portanto, eu acredito que é importante as empresas começarem a olhar para aquilo que são os benefícios e aquilo que são as oportunidades dentro das organizações, mas pensarem neste ciclo de vida da pessoa mesmo fora do trabalho. Ou seja, aquela pessoa que está ali não é só um colaborador, é alguém que tem uma vida fora, que tem interesses, que tem gostos, que tem opiniões, que... É mais complexo do que isso, eu acho que isso é uma tendência, olharmos para a pessoa nesta lógica de ciclo de vida, de ser alguém mais complexo do que só naquele contexto. Eu acho que isso é uma tendência que faz sentido e que daí vem uma série de outras coisas, lá está, é um grupo grande de situações, olhar para os benefícios que é importante se calhar oferecer às pessoas pensando nesse outro contexto que as pessoas têm. Sei lá. A questão da individualidade eu acho que vai ser também muito falada, ou seja, perceber que somos todos diferentes. E, portanto, principalmente os líderes, e isto já está mais do que falado, também agora nos últimos tempos, mas vamos voltar a falar disto, olha a liderança é outra tendência que vai continuar a surgir numa lógica de "o que é ser um líder e o que é ser um líder nos tempos que correm", não é? E isto é muito importante, eu acho que os líderes têm que ter esta noção de individualidade acima de tudo. Somos todos diferentes, temos todos gostos diferentes, mas isto funciona porque somos todos diferentes, não é? Se fossemos todos iguais eu tenho a certeza que isto era o caos. E, portanto, esta individualidade tem que ser muito bem encarada e de forma positiva, e não é pôr de lado, não é esquecer. Olha, não vamos falar sobre as diferenças, vamos estar aqui todos a olhar para o mesmo quadro. Não, não. Vamos é integrá-las, não é? E vamos trabalhar com elas, porque vamos ganhar todos com isso.

  • Sofia Cansado

Sim, e lá está, diferentes personalidades, diferentes backgrounds numa equipa, muitas vezes também determinam o sucesso.

  • Inês Casaca

Sim. E enriquece, não tenhas dúvida. Dá trabalho, dá. Dá trabalho a todos, dá trabalho a quem gere, dá trabalho também em momentos de partilha e de trabalho de equipa, poder coordenar ideias diferentes, expectativas e tudo mais, mas, na verdade, é muito mais rico. É muito mais, não tenho dúvida disso.

  • Sofia Cansado

Estavas a falar sobre aqui a linha ténue que separa a vida profissional e pessoal. É engraçado porque, eu não sei se já viste, mas há uma série da Apple TV que se chama "Severance", e é sobre isso mesmo, é sobre uma empresa que implantam chip nos profissionais que concordam...

  • Inês Casaca

Achas que vai ser uma tendência?

  • Sofia Cansado

Espero que não, espero que não. Mas eles concordam com isso e, portanto, quando entram no trabalho, a sua parte pessoal esquece, ou seja, a tua persona pessoal sai da fotografia, entra a tua persona profissional e quando sais da empresa, apaga todo o dia e é como se o teu "eu pessoal" não soubesse o que fazes no trabalho e o teu "eu profissional" não sabe da sua vida pessoal. Portanto, é engraçado, é um bocadinho estranho até.

  • Inês Casaca

Quero ver.

  • Sofia Cansado

É muito interessante porque consegues tirar ali conclusões interessantes de é impossível separar a 100%, é impossível haver aqui o "eu pessoal", o "eu profissional", porque tu és uma pessoa só, acabas sempre por ter aqui esta... Eles até chamam integração em vez de conciliação, também há essa proposta. É muito giro, aconselho.

  • Inês Casaca

Sim, olha, nós tínhamos e era uma tendência para este ano, depois as coisas acabaram por não evoluir nesse sentido, mas acredito que no próximo ano vai ser uma solução que vai vingar, que é o Work Life Coaching na RiseSmart. Ou seja, era muito neste sentido, é um produto, para já é algo direcionado para qualquer pessoa, em qualquer nível hierárquico, o que seja nas empresas. Usa o coaching, não o coaching formal como conhecemos, normalmente até direcionado para altos cargos, não. Usa a solução de coaching, de partilha, de guidelines e de guidance como consultor, mas envolvendo todo o ciclo de vida da pessoa. Portanto, é mesmo o Work Life Coaching. Portanto, a pessoa vai ter áreas da sua vida que vai querer trabalhar, e sejam elas no contexto profissional ou não, e pode recorrer a este serviço e normalmente este tipo de solução pode ser dado pelas empresas como um benefício. E, portanto, estamos aqui a entrar no tal grupo de tendências que vai de certeza aparecer e que as empresas vão de certeza ter que usar, até por uma questão de retenção, e depois aí entramos nos outros temas, não é?

  • Sofia Cansado

Estavas a falar de benefícios, acredito que o salário emocional vai estar no centro.

  • Inês Casaca

Sim, sim. Claramente, o reconhecimento, o engagement vão continuar a ser temas de tendência e temas para os quais as organizações vão ter que estar atentas. E repara, e em períodos mais difíceis ou mais exigentes, como se calhar poderá ser o próximo ano, isto vai fazer a diferença. Porque as empresas vão ter que tomar decisões, as empresas vão ter que se reorganizar algumas delas, e vão ter que olhar para quem fica e para quem está. Isto vai ser super importante para este ano que aí vai, tenho a certeza.

  • Sofia Cansado

Então e ao contrário, alguma tendência de 2022 que não vai para 2023? Isto é mais difícil.

  • Inês Casaca

Sim, é mais difícil. Eu acredito que se está a perder, não é que vá desaparecer, mas o trabalho totalmente remoto e totalmente presencial é algo que se fala menos. Ou seja, não é que vá desaparecer, mas a questão híbrida eu acho que é aquela vencedora, ok? Já sabemos que depende das áreas, já sabemos que há contextos em que as coisas obrigatoriamente têm que acontecer de uma forma ou de outra, mas eu notei e noto cada vez mais as empresas a chamar as pessoas ao escritório numa lógica flexível, voltamos à flexibilidade, mas vejo também cada vez mais os colaboradores e os candidatos e participantes a falarem da necessidade também de irem ao escritório, de estarem fartos de estar em casa, ok? Não estou a dizer que é 100%, não estou a dizer que desaparece por completo, mas eu acho que os extremos têm alguma tendência a diminuir, e esta questão híbrida, desde que flexível, será vencedora, parece-me.

  • Sofia Cansado

Sim, é porque o híbrido traz poder de escolha.

  • Inês Casaca

Exatamente, exatamente.

  • Inês Casaca

E ao final do dia é isso que é vantajoso, claro.

  • Inês Casaca

Sem dúvida, eu acho que pode ser aí uma questão a reter e a pensar.

  • Sofia Cansado

Olha, eu acho que nós já temos aqui um conjunto muito simpático de tendências, que de certeza que... Portanto, estamos em Dezembro, no próximo Dezembro vamos confirmar.

  • Inês Casaca

Exato. Qualquer coisa, falamos daqui um ano, só para vermos como é que é a coisa correu.

  • Sofia Cansado

Acho que sim. Por isso, eu acho que só te pedia aqui como conselho final, especialmente para quem esteja a pensar em mudar de trabalho, porque é como tu dizes, há sempre esta parte dos profissionais de final do ano, mudar de trabalho, sempre que há aqui um fecho de um ciclo há também a tendência a pensar se devem também mudar de emprego. E, portanto, peço-te aqui um conselho final para quem esteja nesta fase de transição, e o que é que a época natalícia pode trazer de vantajoso para esta mudança?

  • Inês Casaca

O conselho. Bom, eu acho que acima de tudo quem pensa em mudar de trabalho, ou de projeto profissional, tem que estar consciente de que a mudança traz riscos e traz benefícios, e tem que estar consciente de que deve ser uma decisão pensada, ponderada, mas acima de tudo que contribua para a sua felicidade, porque se não formos felizes naquilo que estamos a fazer, e se sentirmos que noutro sítio ou noutro projeto seríamos muito mais felizes e seríamos muito melhor, então temos que avançar. E isso bate qualquer medo de mudança, não é? Acima de tudo se formos melhores e se formos mais felizes, então é para avançar. Avançar ponderadamente, avançar com certeza, sabendo que o futuro ninguém nos vai dizer como é que vai ser, e portanto com esta responsabilidade de lidar com a consequência da mudança. Eu normalmente pensava sempre, e falava muito com os candidatos quando havia uma mudança, e dizia sempre, vamos pensar que daqui a algum tempo poderemos ter que justificar esta mudança, se ela estiver bem justificada para nós, está tudo bem.

  • Sofia Cansado

Exacto.

  • Inês Casaca

Ninguém tem que fazer mais perguntas. E portanto, eu acho que é isso, eu acho que é termos a certeza do que queremos, e percebermos onde é que seríamos melhores e onde é que seríamos mais felizes, e avançar, porque a mudança faz parte também da nossa evolução.

  • Inês Casaca

Agora, esta época Natalícia, o que é que traz? Olha, traz acima de tudo esta capacidade de reflexão. Muitas pessoas aproveitam para parar, para pensar, e eu acho que é bom, porque nós andamos todos numa loucura durante todo o ano. E a verdade é que, seja agora, ou seja quando cada um achar por bem, devemos ter uma fase de reflexão, e de olharmos para nós e de pensarmos - ok...

  • Sofia Cansado

Qual é o próximo passo?

  • Inês Casaca

Qual é o próximo passo, exatamente.

  • Sofia Cansado

Muito bem. Inês, terminamos da melhor forma.

  • Inês Casaca

Boa, obrigada. Gostei muito da conversa também. E desejo a todos um feliz Natal e que o próximo ano seja um ano de muito sucesso para todos.

  • Sofia Cansado

E cá estaremos. Obrigada, Inês.

  • Inês Casaca

Obrigada, Sofia. Beijinhos.

  • Sofia Cansado

Obrigada, e obrigada também a todos os que nos estão a ouvir. Este é o último episódio de 2022. Voltamos em 2023, é verdade. Temos aqui muitos sucessos para festejar, aliás, posso dizer em primeira mão que tivemos resultados muito simpáticos, e, portanto, agradecer a todos os que acompanham o podcast. Tivemos aqui, estamos dentro dos 10% dos podcasts na categoria de Negócios. Portanto, é sempre bom festejar este sucesso e continuamos em 2023. Obrigada, Inês, obrigada. Por isso, já sabem, podem acompanhar o podcast, vamos manter os dois episódios por mês, podem rever as três temporadas que temos disponíveis, e feliz Natal. Obrigada.

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