• Sofia Cansado

Olá! Sejam bem-vindos ao podcast #EVERYDAYHERO. Hoje vamos falar sobre os modelos de trabalho, remoto, híbrido, presencial. Mas também como ser "Agile" 2022 e comigo tenho a Patrícia Coelho. A Patrícia é Lead Product Manager e PMO da área de  DISI da Randstad. Patrícia, bem-vinda!

  • Patrícia Coelho

Obrigada, Joana. E obrigada pelo convite. É sempre um gosto fazer parte destes podcasts #EVERYDAYHERO.

  • Sofia Cansado

Eu gostava que, para começarmos, te apresentasses um bocadinho e não esquecer o teu Fun Fact, que já partilhaste comigo aqui em voz-off.

  • Patrícia Coelho

Então, o meu nome é Patrícia Coelho. Estou há quase cinco anos na Randstad Portugal, com duas funções em simultâneo: função de Portfolio Manager nas áreas de IT, onde neste momento faço desenvolvimento aplicacional em duas das nossas equipas e, paralelamente a isso, na atividade de Project Manager com a equipa de PMO da Randstad, onde desenvolvemos a parte toda operacional e de processo, no âmbito do acompanhamento dos projetos da organização. Gosto bastante de trabalhar na empresa, uma empresa muito digital e muito... Têm trabalhado aqui a parte da transformação digital de uma maneira muito interessante. Enquanto ao fun fact, que partilhei contigo em off, eu gosto muito de fazer hiking e trekking. No final de 2020 fiz uma subida ao Pico e como moro perto da Serra da Arrábida, por vezes, também faço algumas caminhadas pela mesma, onde também envolve ligeira escalada e é bastante engraçada e bastante interessante, porque nos dá aqueles momentos de pausa necessárias. E o fim-de-semana é perfeito então para podermos aproveitar isso.

  • Sofia Cansado

Muito bem. Portanto, em qualquer fim-de-semana podemos-te encontrar...

  • Patrícia Coelho

a subir qualquer coisa. Pelo menos, vou tentando, uma vez por mês pelo menos tento fazer algo desse género.

  • Sofia Cansado

Boa. Muito bem. Patrícia este é um tema que se acaba por se partir em três: o remoto, híbrido, presencial. São aqui há três modelos muito distintos e ainda por cima estamos aqui numa altura que acaba por haver aqui uma mudança nas empresas. O teletrabalho deixa de ser recomendado mas mesmo assim há empresas que vão continuar com este modelo de trabalho. Eu gostava de começar por talvez explicares estes três modelos de trabalho, porque apesar de se falar muito em remoto, em teleworking, o que é que é na verdade, o que é que distingue na verdade estes três modelos.

  • Patrícia Coelho

Bem, a Randstad já tinha estes modelos implementados antes da pandemia. O caso destes três modelos: o remoto. O remoto é totalmente em teletrabalho e já se nota ao nível das pessoas que existem várias que privilegiam este tipo de método de trabalho é estar full remote, totalmente em casa ou num coworking que pretendam. Inclusive sei de cenários em que há famílias que já estão a comprar alguns espaços fora para poderem trabalhar no âmbito do remoto e há empresas que privilegiam também a parte do remoto. Depois temos o cenário do híbrido que são aqui os 50/50 ou os 70/30, em que existe uma parte de dias da semana em que se encontram no escritório a trabalhar e outra parte da semana que se encontram em casa. E aqui acaba por haver um equilíbrio destes dois sistemas em que as pessoas possam de alguma maneira socializar e continuar a ter alguma aproximação ao trabalho do dia-a-dia no próprio escritório e depois conseguirem fazer trabalhos mais minuciosos em casa.

  • Sofia Cansado

Quase o melhor de dois mundos.

  • Patrícia Coelho

Exato. Ter aqui o equilíbrio nas determinadas funções e isso hoje em dia na Randstad também já se nota bastante. Existem pessoas que promovem idas ao escritório regularmente e em parte de dias da semana e depois em outras alturas estão em casa e depois temos o total no escritório, não é? Ou total presencial em que as pessoas privilegiam efetivamente estar totalmente no local de trabalho e não utilizar aqui os outros dois sistemas.

  • Sofia Cansado

E tu acabas por ter aqui uma experiência com todos os modelos? O que é que tu consegues destacar na tua experiência?

  • Patrícia Coelho

Então, antes da pandemia, eu adotava por vezes... Adotava essencialmente o presencial, estava recorrentemente no escritório. No entanto, e tendo em conta que já existiam aqui ligações com a Randstad Global e por diferenças horárias muitas das vezes, o que acabava por acontecer, acabava por ter até um sistema híbrido e sem o saber, porque os colegas da Global por norma pretendem fazer logo reuniões pelas oito da manhã, sete e meia, oito da manhã.

  • Sofia Cansado

Por causa das diferenças horárias.

  • Patrícia Coelho

Das diferenças horárias e optava por estar em casa a fazer esse tipo de reuniões e depois iria para o escritório mais tarde. Acabava por ser aqui um sistema híbrido.

  • Sofia Cansado

Ainda sem saberes.

  • Patrícia Coelho

Ainda nem se falava nisto. Exacto. Na altura, mas devido ao ajuste dos horários madrugadores da equipa que se encontra na Randstad Global e madrugadores nossos. Não deles porque já estavam no local de trabalho na hora normal. E então havia esta sobreposição em termos de horas e de se conseguir garantir os ajustes no calendário e já acabava por fazer este sistema híbrido no próprio dia. Enquanto se estava em casa a fazer reuniões com equipas de fora e depois a ida para o escritório mais tarde. E esta situação acabou por acontecer assim e hoje em dia, como já tinha mencionado, nós optamos aqui por o melhor papel dos dois mundos, para também mediante a forma como a pessoa vê o seu dia-a-dia.

 

  • Patrícia Coelho

Se prefere idas ao escritório, temos forma de o fazer e de conseguir mapear numa aplicação criada por nós, na Randstad, para darmos indicação que estaremos presentes no escritório ou numa das nossas aplicações internas, onde podemos também mapear o facto de estar em casa a trabalhar em full remote ou em teletrabalho. E essa visibilidade também é dada enquanto organização, enquanto equipa e enquanto o trabalho que estamos a fazer em que cenário destes que estamos aqui a mencionar.

  • Sofia Cansado

Eu acho que tu o que acabas por partilhar da realidade da Global acontece com muitas empresas. Muitas empresas têm esta realidade de cada vez mais global e, portanto, as empresas adaptam-se às diferenças horárias umas das outras e depois há sempre aqui um pouco, mesmo que não seja adotado o trabalho híbrido acaba sempre por existir estes ajustes, como estava a referir, para que haja o encaixe dos horários, por assim dizer. Por isso, isto para dizer que o híbrido às vezes acontece mesmo que não seja um modelo implementado na empresa. Não é?

  • Patrícia Coelho

Verdade. E isto já era um cenário antes da pandemia, em que não eram colocados estes conceitos em cima da mesa e já acabava por acontecer na nossa realidade.

  • Sofia Cansado

Sim. Eu acho que isto também é uma ponte interessante para o tema do "Agile" porque ao haver estes ajustes e ao ver estas formas de trabalhar tão diferentes e que nos temos de adaptar posso fazer aqui uma ponte e pedir-te também para explicar o que é isto do "Agile" e como é que se encaixa aqui nos modelos de trabalho.

  • Patrícia Coelho

Claro, e faz todo o sentido. A agilidade hoje em dia é exatamente estes ajustes e estas alterações que temos que acabar por recorrer de maneira a ter uma organização muito mais flexível e uma adaptabilidade às várias situações. E é exatamente isso que nós estávamos a falar no ponto de cima, não é? Havia aqui uma necessidade de haver um ajuste em termos de agenda e de conseguirmos garantir que o nosso tempo seria otimizado da melhor forma e o Agile traz-nos exatamente isso. E de forma a não maçar com o tema Agile no âmbito de IT e ao nível da tecnologia, mas que acaba por estar ligado à agilidade, à maneira como nós cada vez mais pretendemos trabalhar de uma forma eficaz e rápida e aplicar o facto de o trabalhador ter a necessidade de ser expedito e diligente nas várias situações.

  • Sofia Cansado

Sim.

  • Patrícia Coelho

Paralelamente a isto, esta a adaptabilidade que é necessário haver nas várias situações em que nos encontramos, faz com que tenhamos aqui também que fazer uma gestão de riscos nas atividades que preconizamos e uma gestão cada vez mais otimizada do nosso tempo e na produção das tarefas que regularmente temos e o Agile encaixa aqui exatamente nesse ponto.

  • Sofia Cansado

E eu acho que o Agile pode ser que o advogado de defesa do teletrabalho. Digo eu, porque se nós temos aqui uma forma de ser mais produtivos e mostrar que o trabalho consegue ter outro nível de produção que, se calhar não tinha antes, claro dependendo de área para área, de profissional para profissional. Mas ao mostrar esta agilidade também permita que o profissional mostre que, se calhar, o modelo que ele prefere é o mais indicado e que a empresa se calhar pode apostar num voto de confiança no profissional e no modelo que ele vai querer adotar. Estou aqui falar, por exemplo, sobre se o profissional quiser continuar em trabalho remoto e mostrar que na verdade conseguiu otimizar o trabalho que tinha. Achas que esta também é uma forma de uma pessoa conseguir manter um modelo de trabalho que mais lhe faz sentido?

  • Patrícia Coelho

Eu acho que a reflexão deve vir exatamente da pessoa. Não é? Eu penso que é importante a pessoa também mostrar à sua chefia direta qual é a melhor forma de ela trabalhar. Se a pessoa sente necessidade de estar a ir recorrentemente ao escritório deve mencionar isso. Se prefere o full remote, prefere estar totalmente em teletrabalho, porque acha que as suas atividades são feitas de forma mais fácil e não tem se calhar tanta necessidade de socializar. Eu acho que se deve primeiramente haver essa abordagem, junto da chefia direta, ou então nos cenários em que está à procura de um trabalho, mediante a sua reflexão e aquilo que pretende para o seu dia-a-dia, é importante definir logo isso na sua estratégia, enquanto empregado inclusive. Enquanto trabalhador porque é importante as pessoas estarem à vontade e gostarem da forma como trabalham. Isso é um dos melhores conselhos que eu posso dar no âmbito de um modelo de trabalho a adotar, é exatamente essa própria reflexão que a pessoa tem que ter. E acho que a principal, o principal mote é exatamente esse.

  • Sofia Cansado

Sim. Acho que acabaste aqui por até já responder um bocadinho à minha próxima pergunta, é acaba aqui por ser um bocadinho um desafio? Vamos imaginar que três profissionais escolhem três modelos diferentes de trabalho. Portanto, temos um completamente remoto, um modelo híbrido e um 100% presencial. Quais são aqui os conselhos que deixas a cada um.

  • Patrícia Coelho

Eu acho que não há grande diferença hoje em dia dada esta versatilidade nestes três modelos de as pessoas continuarem a comunicar e continuarem a fazer o seu trabalho. Porque percebe-se ao fim de dois anos de pandemia que todas as pessoas continuaram a trabalhar independentemente de qual fosse o cenário que estivesse, ou presencial, ou totalmente em teletrabalho, ou na questão do híbrido 50/50 e eu falo isto pela experiência em termos da nossa organização. Existem estes três métodos e foi totalmente adaptável e todas as pessoas acabaram por ter isso. Há um ponto importante aqui e que deve ser cada vez mais trabalhado e isso foi visto também ao nível do código de trabalho que são as regras para este tipo de cenários. E isso ao nível de estabelecer aqui alguns limites, no âmbito do trabalho, é importante porque também se percebeu que com o remoto o tempo de trabalho aumentou exponencialmente. Porque existe uma proximidade que quando estávamos no escritório implicava aqui certas deslocações, desde o escritório até a casa, que hoje em dia estando a trabalhar totalmente em teletrabalho, essa situação dissipa-se um pouco e as pessoas acabam por perder um pouco a noção de há necessidade do work-life balance. E que com o Full Remote pode haver aqui alguns constrangimentos em relação a isso. Mas eu diria que tem que haver esta adaptabilidade e também ter a frontalidade de quando pode estar a impactar de algum modo isso, sermos claros com as pessoas com quem nós trabalhamos, para continuarmos a manter o equilíbrio necessário para o nosso dia-a-dia e para as funções que nós desempenhamos.

  • Sofia Cansado

Sim. Portanto, aqui manter a comunicação de uma melhor maneira possível e na verdade manter os hábitos que se tinha de trabalho, mesmo numa realidade de remote.

  • Patrícia Coelho

Em qualquer uma destas realidades, não é?

  • Sofia Cansado

Exatamente. Tu achas que, e voltando aqui um bocadinho até ao tema do Agile, tu achas que aquela velha preocupação pela produtividade nestes modelos, especialmente em remote, falava-se aqui em 2020 na preocupação se na verdade trabalhar em casa implicava alguma coisa na produtividade. Isto é um mito? Acreditas que é um mito?

 

  • Patrícia Coelho

Sem dúvida. Para mim é claramente um mito. E eu já tinha mencionado isso, que nesta adaptabilidade que nós estivemos nós percebemos claramente que as pessoas continuaram a manter a mesma exigência, a mesma necessidade de entrega das suas tarefas recorrentes. E acho que há um bom método que nós podemos utilizar no nosso dia-a-dia, para também manter nesta diversidade de métodos agora de ou estão totalmente no escritório, ou estão totalmente em casa, ou o 50/50 de continuarmos com esta comunicação nas equipas e nas áreas em que nós trabalhamos, onde por vezes algumas das atividades que são feitas durante o dia se tocam e era importante, e nós adotamos isso, porque é um método também utilizado no Agile, que é o Scrum. Utilizo como equipa isso e faço regularmente reuniões diárias para perceber o ponto de situação. São briefings diários que nós utilizamos para perceber o que é que tinha sido concretizado no dia anterior e o que é que nós perspetivamos para a concretização do dia de hoje. E se há necessidade de existirem eventualmente escalamento de alguma atividade para desbloquear determinado tema, é aquele espaço que nós utilizamos de 30 minutos diários para podermos abordar esses temas e entreajudarmo-nos enquanto equipa na resolução das coisas que temos que fazer e até alguma distribuição de trabalho extra que possa eventualmente existir. E as coisas vão sendo concretizadas assim desta forma e estamos todos a comunicar e a trabalhar para o objectivo do dia e se existiu alguma coisa no dia anterior que por alguma razão não ficou bem, é também abordada ali naquele espaço.

  • Sofia Cansado

Patrícia, nós já falamos aqui de Agile, dos diferentes modelos de trabalho, já deixaste aqui dicas muito interessantes até para quem quer adotar os diferentes modelos de trabalho, mas agora pensando numa pessoa que neste momento esteja à procura de um trabalho apenas remoto, por exemplo. Que conselhos é que tu tens para conseguirem filtrar esta pesquisa num mar de anúncios que muitas vezes também não têm essa indicação.

  • Patrícia Coelho

Bem, algo que a Randstad também promoveu no âmbito da melhoria de filtros para a procura de trabalho coloca sempre, nos anúncios de emprego, a localização do mesmo e isto implica exatamente ter aqui alguma clarificação quanto ao tipo de trabalho, se é remoto, se é híbrido, se é totalmente presencial na questão da própria localização do trabalho. E aqui acho que as pessoas procurarem este tipo de trabalho, ter este filtro como captação inicial para aquilo que estão à procura, é uma forma excelente de execução. E por norma nas entrevistas é sempre importante também questionar essa possibilidade e reforçar que seja um ponto importante na procura do candidato, sobre o remoto no caso. É aquele ponto que estavas aqui a mencionar e o próprio candidato reforçar isso, que é algo com que se identifica e que pretende para a sua candidatura.

 

  • Sofia Cansado

E se calhar desde o primeiro momento colocar bem distinto no currículo, no LinkedIn que procura esta forma de trabalhar.

  • Patrícia Coelho

Correto. Sem dúvida. Aqui o quanto claros e explícitos nós formos na abordagem a esta procura é sempre mais fácil para direccionarmo-nos para o caminho que nós exatamente queremos. Não é?

  • Sofia Cansado

Claro. E eu sei que, por exemplo, tens experiência tens uma equipa com uma grande diversidade de formas de trabalhar. Não é?

  • Patrícia Coelho

Verdade. Nós temos colegas que vão utilizando o sistema híbrido. Temos colegas que trabalham em full Remote porque temos colegas a trabalhar desde a Madeira e dos Açores, atualmente na nossa equipa. Temos vários colegas também a trabalhar no Norte e no centro do país e acabamos por ter aqui os vários tipos de cenários, ou totalmente remotos, ou híbridos 50/50, presencial, acaba por escassear ligeiramente, dada esta diversidade de locais onde a equipa se encontra mas também acontece com os colegas.

  • Sofia Cansado

E que funciona no final do dia porque vocês conseguem fazer estes sistemas de produtividade.

  • Patrícia Coelho

Sem dúvida.

  • Sofia Cansado

Muito bem, Patrícia. Acho que na verdade o que podemos aqui também concluir é que independentemente do modelo de trabalho que o profissional adotar, ou que a empresa adotar para o profissional, acaba por manter-se aqui como fundamental a comunicação e a forma de trabalhar em equipa.

  • Patrícia Coelho

Em todos os pontos que nós passamos a comunicação foi sempre o fator primordial. E acho que é exatamente isso. Quanto mais clara for a nossa mensagem e quanto melhor nós comunicarmos aquilo que nós também pretendemos e questionar o que é que pretendem nós, mais fácil é para nós concretizarmos as nossas atividades diárias.

  • Sofia Cansado

Exatamente. Concordo plenamente. Patrícia, obrigada pela conversa de hoje, já saiu daqui algumas dicas bem práticas para aplicarmos.

  • Patrícia Coelho

Obrigada eu. Obrigada pelo convite.

  • Sofia Cansado

E obrigada também a quem nos ouve. Já sabem que voltamos daqui a duas semanas e que temos o nosso podcast no popcasts da RFM e a rubrica"Segunda-feira é um bom dia para trabalhar". Portanto, acompanhem e voltamos daqui a duas semanas. Portanto, até lá.

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