Acredito verdadeiramente que o bem-estar dos colaboradores impacta de forma determinante não só na produtividade como na cultura de qualquer Organização.

Em momentos de crise, como os que vivemos de há dois anos a esta parte, sujeitos a tantas incertezas e inseguranças, a nossa resposta foi exemplar. Adaptamo-nos de imediato e continuamos a responder, a garantir a mesma entrega, tentando não falhar e dar tudo.

Quando fazemos parte de um departamento de Recursos Humanos devemos ter em conta que passamos uma grande parte das nossas vidas no trabalho. Mas, quando assumimos o papel de Human Resources Business Partner (HRBP), é fulcral pensar no colaborador. Relacionar o bem-estar com indicadores de motivação, engagement e produtividade é gerir a volatilidade dos dias de hoje e um dos principais compromissos que me motiva enquanto HRBP. Agir de acordo com o meu propósito é colocar o foco no colaborador.

Ainda é precoce fazer previsões muito profundas sobre as organizações e o mercado de trabalho na pós-pandemia pois só agora começamos a percecionar e a estudar o impacto desta rápida adaptabilidade não só ao trabalho remoto como à invasão da vida privada. É igualmente precoce prever o impacto e consequências na nossa saúde. Mas estamos diferentes e tomamos consciência que, mais do nunca, temos que nos cuidar.

A saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. A Organização Mundial da Saúde (OMS), há mais de 70 anos, definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença”. Ter saúde mental é estar bem consigo mesmo e com os outros é reconhecer os limites e procurar ajuda quando é necessário.

 

Volto ao compromisso enquanto HRBP, ao caminho que diariamente quero fazer. Estar, para cuidar antes que seja necessário pedir ajuda, mas se for, conseguir saber como lidar e ajudar.

Trabalhávamos todos juntos num espaço físico comum. A alteração desta dinâmica presencial em função do trabalho remoto ou Work from home/anywhere reduziu a fronteira não só entre o trabalho e a vida privada e abriu caminho para em alguns casos facilitar cargas horárias ou relações de trabalho abusivas. E é em momentos como este que é importante identificar quem pode ser o nosso suporte.

As reuniões e mensagens podem ser iniciadas com uma simples pergunta: Como estás? Como te sentes hoje? Proporcionar um ambiente de trabalho seguro e tendencialmente saudável em que os colaboradores se sintam à vontade para expressar e partilhar ideias é uma das formas de promover o bem-estar colectivo. Cabe aos líderes perceber a importância de cuidar da sua equipa, das suas pessoas. O líder que consegue entender melhor os diferentes pontos de vista dos seus colaboradores, que se preocupa com o seu bem-estar, potencia a melhor experiência no local de trabalho. Sentir-me bem, e saber que outras pessoas se preocupam com o meu bem-estar vai fazer a diferença na minha entrega, na minha experiência como colaborador e consequentemente nos resultados da minha equipa e da empresa.

Pessoalmente, acredito que é por aqui que podemos e devemos fazer a diferença: apoiar e cuidar dos colaboradores a enfrentar problemas de saúde decorrentes deste momento; atuar na promoção da qualidade de vida e bem-estar de todos; desenvolver os líderes para lidar com as emoções no ambiente de trabalho, no limite, dar suporte à organização para que caminhemos juntos num mesmo objectivo.

Quando somos Top Employer e nos assumimos como referência no que respeita à gestão de pessoas, os desafios acrescidos nesta fase pós-pandémica que redesenhou novas formas de trabalhar, redesenhou também o papel do HRBP e obriga-nos a estar constantemente em alerta, a trabalhar na melhoria contínua e, sobretudo, saber que o verbo de ação é Cuidar.

 

artigo de
carla plácido
carla plácido

carla plácido

consultora de recursos humanos na randstad portugal